Professor da UEA mostra ecopainéis de açaí em conferência da ONU na Alemanha
O invento de Antônio Mesquita, retirado da fibra do caroço do açaí, tem potencial para produção de móveis e pode substituir o MDF 13/11/2017 às 21:46 - Atualizado em 14/11/2017 às 11:02A instalação de uma fábrica para produção de ecopainéis no Amazonas está entre as propostas do governo estadual levada a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP-23), que acontece até o próximo dia 17, na cidade de Bonn - Alemanha. O projeto é do professor doutor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Antônio Mesquita, que descobriu na fibra do caroço do açaí o potencial para produção de móveis sustentáveis, divisórias e placas acústicas.
Os ecopainéis estão expostos no Stand Brasil, com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), com o intuito de atrair investidores para produção empresarial do produto em larga escala. O inventor se declarou otimista com a proposta, que segundo ele, além do apelo ambiental, está ancorada no pilar socioeconômico. “Estamos transformando o lixo orgânico em um produto nobre”, disse, fazendo referência ao fato da matéria prima do ecopainel ser oriunda do resíduo do caroço da fibra do açaí, que é desperdiçado em escala de toneladas depois de retirada da polpa.
O professor também lembrou que recentemente o ecopainel foi destaque numa apresentação no Instituto de Sustentabilidade do Futuro, da Universidade de Tecnologia de Sydney, na Austrália. A instituição ficou entusiasmada com a possibilidade de o ecopainel substituir os painéis/placa de MDF, popularmente utilizados na decoração de móveis, divisorias e outros pequenos produtos.
“Os painéis de MDF são produzidos a partir de resíduos de madeira, cuja matéria prima sai de centenas de hectares de plantação de eucalipto e pinho, ou seja, é preciso plantar, derrubar, reflorestar, gastar grandes quantidades de água e energia para transformar árvores em resíduos. Além disso, o tipo de resina utilizada para misturar o farelo das árvores é altamente tóxica – fato já comprovado cientificamente”, comentou o professor.
Fibra reaproveitada do extrativismo substitui o uso de madeira e, assim, evita o desmate
A resina utilizada no ecopainel de MDP desenvolvido pelo professor é natural, a partir da resina de óleo de mamona. “Estamos falando de dois produtos, com a mesma função, mas com materiais e processos de produção completamente diferentes. O MDF é resultado da transformação de uma árvore “filé” em resíduo, o ecopainel transforma o resíduo que seria descartado no lixo, em material nobre “filé”, ilustrou Antônio Mesquita.
Produto com patente 100% nacional
Em uma parceria com a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Museu Paraense Emílio Goeldi, o professor doutor Antônio Mesquita obteve o registro de patente (nº BR1020150105363) do ecopainel.
O acordo institucional se consolidou pela confiança das três instituições no produto/tese de doutorado do professor, lhe rendeu o título de doutor em Engenharia de Recursos Naturais. Na versão original do trabalho, a fibra do caroço do açaí é oriunda do descarte realizado em Belém-PA, onde 1.200 toneladas do caroço são descartadas diariamente pelos estabelecimentos de sucos e polpas de açaí da cidade e região metropolitana.
Com o projeto na incubadora e pronto para crescer, Antônio mantém uma produção do ecopainel, embora tímida, no laboratório da Universidade de São Paulo (USP) em Pirassununga. “Ta na hora de trazer e ampliar essa produção para o Amazonas, que é o segundo maior produtor de Açaí, depois do Pará”, disse.
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