Eleição para reitor inicia com polêmica na Universidade Federal do Amazonas
Associação dos Docentes se retira da comissão que organizará a consulta à comunidade por não concordar com o formato. Sintesam também pode "abandonar" a comissão 03/02/2017 às 05:00O processo eleitoral para definir quem será o novo reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) começou prometendo ser um dos mais polêmicos. O problema é que a Associação dos Docentes da Ufam (Adua) não concorda com o formato da comissão de Consulta à Comunidade Universitária (CCCU) aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) e se retirou da comissão.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Superior do Amazonas (Sintesam) também não está satisfeito e pode deixar a CCCU ainda hoje. O Consuni e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufam rebatem as críticas e afirmam que a consulta irá acontecer informalmente.
A eleição para a escolha da nova reitoria é precedida por uma consulta informal à comunidade universitária, que vota nas chapas inscritas pelos professores. Mas para a Adua, a administração superior da Ufam “feriu a autonomia e a democracia” ao constituir uma comissão com representantes do Consuni, quando em eleições anteriores, as consultas eram conduzidas por entidades como a própria Adua e o Sintesam e o DCE.
De acordo com a Associação dos Docentes, o Consuni designou seis dos nove membros da Comissão de Consulta, o que pode tornar a escolha dos novos dirigentes da universidade “suspeita e ilegítima”.
“A partir do momento que se tem pessoas ligadas à administração superior, cria-se um processo vicioso. Por isso, entendemos que esse formato não possui neutralidade nem imparcialidade”, criticou a presidente da Adua, Guilhermina Torres.
Hoje, os representantes do Sintesam realizam uma reunião para definir se permanecem ou não na CCCU, porque também não concordam com o formato adotado pelos conselheiros universitários. “Só vamos poder falar depois que tivermos essa definição, mas nós entendemos que há vários vícios no processo”, afirmou o coordenador-geral do Sintesam, Carlos Almeida.
“Voto vencido”
A presidente da CCCU, Sônia Carvalho, rebateu às críticas da Adua e afirmou que a comissão é formada por membros que representam os três seguimentos que compõem a comunidade universitária da Ufam (professores, alunos e técnicos) e os votos deles são igualitários. Atualmente, o grupo é formado por sete pessoas.
Segundo Carvalho, a Adua se retirou da Comissão de Consulta por não ser escolhida para comandar o processo. “No princípio da democracia, vence o que a maioria quer. Mas nesse caso, a Adua queria impor o que eles querem e não o que a maioria pensa e esse formato foi aprovado durante reunião no Consuni”, justificou a presidente.
A presidente do DCE, Dhyene Vieira, integrante do Consuni e da Comissão de Consulta, disse que não há ilegalidade e os trabalhos estão transcorrendo dentro da normalidade. “Eu penso que a Adua se precipitou nessa decisão. O formato não está errado e os votos terão o mesmo peso. A Adua foi voto vencido”, afirmou ela.
Chapas montadas
Até ontem, apenas uma chapa, comandada pelas professoras Arminda Mourão (reitora) e Iolete Ribeiro (vice), havia realizado inscrição para concorrer à eleição da reitoria da Ufam 2017/2021.
Outras duas chapas estão pré-definidas e são lideradas pelo vice-reitor da universidade, Hedinaldo Lima (reitor) e Nikeila Conde (vice); e Sylvio Puga (reitor) e Jacob Cohen (vice). As inscrições encerram às 18h de hoje. Procurados por A CRÍTICA, os candidatos preferiram não comentar, ainda, sobre a eleição.
Candidatos devem ser doutores
Os candidatos à reitoria da Ufam precisam apresentar requisitos básicos para terem a inscrição homologada. A principal delas é ter o título de “Doutorado” ou estar nos últimos níveis da carreira de magistério, como ser associado 4 ou titular.
As inscrições encerram hoje e amanhã, a Comissão de Consulta vai divulgar os nomes das chapas inscritas, bem como o plano de trabalho de cada candidato. A partir de segunda-feira, inicia o processo de interposição de recursos.
A primeira consulta acontecerá no dia 22 de março, das 7h às 21h, e toda a comunidade tem direito ao voto. O segundo turno acontece no dia 31, caso nenhuma chapa alcance 50% mais um, e no dia 7 de abril, a eleição será realizada no Consuni.
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