Caso Fred

Julgamento de réus do 'Caso Fred' vai contar com segurança extra

Reforço no policiamento, escoltas e revistas fazem parte da estrutura montada para o julgamento de cinco réus, quinta(20)

Joana Queiroz
18/06/2013 às 11:54.
Atualizado em 12/03/2022 às 07:18

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Reforço na segurança, reserva de hotel e ambulância com uma enfermeira fazem parte da estrutura que foi montada para o julgamento dos cinco réus acusados pelo assassinato do técnico agrícola Fred Fernandes e da tentativa de homicídio contra Maria da Conceição dos Santos Silva e Adonis dos Santos Silva, esposa e filho de Fred Fernandes. A audiência está marcada para quinta-feira e será realizada no plenário do fórum Henoch Reis.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Anésio Pinheiro, disse que a estrutura é necessária para garantir o bom andamento dos trabalhos da Justiça já que a previsão para a duração do julgamento é de, no mínimo, dois dias. Outra preocupação é com relação ao número de pessoas envolvidas entre os réus, que são cinco, além de 30 testemunhas e advogados que vão fazer a defesa dos réus.

Segundo o magistrado, o empresário Waldemarino Damasceno, a ex-mulher dele, Terezinha de Jesus Rocha, e os soldados da Polícia Militar Ronaldo Melo e Silva, Olavo Paixão e Claudiney da Silva Feitosa, são réus de um processo  instaurado há 12 anos e que, atualmente, está com 11 volumes e mais de 3 mil páginas. A expectativa é que um grande  número de pessoas  vá assistir ao julgamento, pois o crime que aconteceu em 2001 teve grande repercussão e ficou conhecido como “Caso Fred”. 

Revista e escolta

Entre as medidas de segurança para o julgamento, o juiz Anésio Pinheiro determinou que a revista das pessoas que forem assistir ao julgamento e a escolta policial para os jurados que vão atuar no caso. Também não será permitido que sejam feitas filmagens no interior do plenário, apenas fotografias. “Nosso objetivo é preservar a imagens dos jurados e garantir a segurança deles”, disse o magistrado.

O juiz informou, ainda, que  os três oficiais de Justiça e os jurados vão passar a noite em hotel e em quartos separados, para evitar que eles tenham contato uns com os outros.

Até ontem, o juiz ainda não sabia o número exato de advogados que vão atuar na defesa dos réus. O que ele informou é que nenhum deles é defensor público e que o tempo para a defesa debater será de duas a três horas. Os advogados de defesa terão que se revezar.

Já a acusação dos réus será feita pelo promotor Ednaldo Moura. “Serão procedimentos normais de julgamento por júri popular. A diferença é o número de réus e de testemunhas”, disse o magistrado.

O Crime

O assassinato de Fred ocorreu no dia 10 de junho de 2001, no cruzamento das ruas Ramos Ferreira e Duque de Caxias, no Centro. Waldemarino Damasceno e Terezinha de Jesus Rocha são pais da universitária Danielle Damasceno. Na denúncia do Ministério Público, consta que o crime contra Fred Fernandes teria sido encomendado pelos pais da garota para vingar a morte de Danielle, de 20 anos, ex-namorada do filho do técnico agrícola. Fred foi condenado a 18 anos pelo assassinato de Danielle, cumpriu um terço da pena e foi solto. Hoje ele é pastor.

Três réus mortos e um já solto

Assim que o processo começou foram denunciados pelo MPE, além dos cinco réus que serão julgados na quinta-feira,  o  tio de Danielle, Krishnna Oliveira Rocha, o ex-PM Cleomar Cunha - o “C. Cunha” ou “Anjo da Morte”, que foi apontado como sendo o atirador que matou Fred Fernandes -, além dos soldados da Polícia Militar  Francisco Trindade Saraiva Pinheiro, o “T.Saraiva”, Cleto Ferreira Filho, Erivan Carvalho Pereira, Wellington Mateus Gonçalves e Raimundo Sandoval Gimaque.

De todos os denunciados pela morte de Fred, em todos os processos, apenas Krishnna de Oliveira Rocha foi julgado, condenado, cumpriu pena e já está em liberdade. Os ex-policiais militares Cleomar Cunha, o “Anjo da Morte”, e Cleto Ferreira Filho, foram assassinados e Erivan morreu em um acidente de trânsito. Eles tiveram a extinção da culpabilidade.

Cunha foi assassinado em maio de 2002, em uma emboscada no Japiim. O carro dele foi metralhado em um cruzamento na avenida General Rodrigo Otávio. Já Cleto Ferreira foi morto em janeiro de 2003, com sete tiros, em um bar no Coroado. Erivan morreu dia 31 de maio de 2010, vítima de acidente de trânsito. T. Saraiva, Wellington e Raimundo Gimaque foram extintos do processo.

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