Balsa de extração de ouro e tripulação estavam navegando na Terra Indígena do Médio Rio Negro e foram liberados após apresentação de documento e justificativa de que estavam 'só de passagem'
Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) criticou a ação que interceptou uma balsa de extração de ouro navegando dentro da Terra Indígena do Médio Rio Negro e depois liberou a embarcação e os ocupantes. A ação, realizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em parceria com o Exército Brasileiro, aconteceu no último fim de semana.
A balsa foi liberada após os ocupantes apresentarem documentos e justificarem que estavam por ali apenas de passagem. Segundo o presidente da entidade, Marivelton Baré, a Foirn discorda da ação e a repudia.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (21), a Foirn ressalta que a localização onde a draga foi encontrada é Terra Indígena e que a embarcação e nem seus tripulantes não possuíam autorização legal para estar ali, muito menos garimpar. “(…) nem mesmo a Funai pode autorizar um trabalho desta natureza por ser inconstitucional e estar violando os direitos dos povos indígenas”, frisa.
Conforme a federação, é lamentável saber que, em uma região de faixa de fronteira, uma ação com o custo que teve, denunciada pelas organizações indígenas, “não ter tido a sua conclusão como deveria ser, com a pressão e desintrusão da região”. “Isso mostra a fragilidade e falta de atuação de acordo com os objetivos das instituições de proteção e fiscalização dos territórios indígenas”, completou.
A balsa com draga de exploração de ouro foi interceptada por uma equipe da Funai e do Exército Brasileiro, no último fim de semana, no rio Negro, nas proximidades da foz do rio Cauburis, na Terra Indígena do Médio Rio Negro, no Amazonas. O trecho fica na metade do trajeto entre Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira
Três pessoas foram apreendidas e, após prestarem esclarecimentos às polícias Civil (PC) e Federal (PF), foram liberadas. Segundo a coordenadoria regional da Funai, as autoridades analisaram os documentos e o trio foi liberado, pois, de acordo com o proprietário da balsa, eles estavam apenas de passagem.
Equipe da Funai e Exército que fez a abordagem (Divulgação)
Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)
Embarcação foi flagrada navegando na região do Castanheiro, no Médio Rio Negro (Divulgação)