ONG se pronunciou após PF afirmar que “Colômbia” é o mentor e mandante das mortes do Jornalista e Indigenista
Como porta-voz da Univaja, Eliesio Marubo, se pronunciou sobre as investigações da Polícia Federal (Foto: Reprodução)
União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) considerou ‘inconclusas’ a investigação da Polícia Federal, que apontou o colombiano Rúben Dário da Silva Villar, o “Colômbia”, como mandante dos assassinatos e ocultação de cadáveres do indigenista Bruno Pereira e jornalista britânico Dom Phillips, em maio de 2022, no Vale do Javari, interior do Estado.
Em um posicionamento publicado através das redes sociais, Eliesio Marubo, advogado e procurador jurídico da Univaja, apontou que “Colômbia” ser o mandante do crime já era algo esperado pelos indígenas. No entanto, existem pontos da investigação, que segundo eles, ainda estão distantes de uma resposta conclusiva.
“A grande questão que eu acredito ser de grande importância é responder uma série de perguntas que ainda estão em aberto: porque autoridades locais e empresários estavam tão ligados aos criminosos no momento da prisão deles? Quem está financiando as pessoas que continuam com essa atividade criminosa na região? Porque que muitos políticos da região auxiliaram esses criminosos? Porque que essa organização criminosa ainda está atuando na região?”, indaga Eliesio.
Ainda segundo ele, Colômbia é um personagem de uma trama que envolve políticos e empresários na região. “O fato se desenha melhor quando relembramos que na data do fato, os prefeitos de atalaia, Benjamin e Tabatinga ficaram super preocupados com os criminosos. Inclusive enviaram seus procuradores para defendê-los”, disse.
Para Marubo, o próprio indigenista Bruno Pereira havia comprovado que Colômbia era o gerente do grupo criminoso na região, havendo por de trás dele financiadores e outros envolvidos.
“Uma coisa é certa: se não houver uma ampla atuação na região, teremos mais mortes. Pois esses criminosos ainda estão lá. E irão continuar as atividades do crime mesmo com a presença das autoridades na região”, opina ele.
“Essas afirmações da Polícia Federal foram inconclusas, uma vez que nós entendemos que existem outros elementos a serem considerados, algo que já havíamos compartilhado com as autoridades em um momento anterior”, finaliza.