FVS e Anvisa simularam, na manhã desta sexta-feira (6), adoção do plano de contingência em casos suspeitos da Covid-19
(Foto: Euzivaldo Queiroz)
Quem circula pelo Aeroporto Internacional Eduardo Gomes tem se deparado com um acessório diferente. Desde a semana passada, com a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, funcionários e passageiros tem usado máscaras cirúrgicas no local.
Ponto de entrada e saída na capital amazonense, o alto fluxo de pessoas que passam diariamente pelo terminal deixou em alerta as autoridades sanitárias, que elaboraram um plano de ações estratégicas para prevenir e identificar a Covid-19.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os funcionários foram orientados a usarem as máscaras durante o trabalho. Além disso, alertas sonoros orientam sobre a doença nos saguões do aeroporto.
A empresária Rita de Fátima e a neta Sofia usaram máscaras durante o embarque para Fortaleza (CE). Ela assegura que se sente mais protegida com o uso do acessório. “A gente nunca sabe quem tá voando com a gente e ainda mais nesse caso, que há transmissão [local] no Brasil. O sinal de alerta aumenta e toda precaução é bem-vinda”, conta.
Na farmácia, que fica no terminal de embarque, a procura por álcool em gel aumentou e o estoque está reduzido. Já não há mais máscaras no local. A gerente contou que está encontrando dificuldades para reabastecer os produtos nas prateleiras.
Simulado
Para garantir a eficiência do sistema de vigilância, o aeroporto passou por uma simulação do plano de contingência na manhã desta sexta-feira (6). A ação foi coordenada pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), com apoio da Anvisa.
A simulação testou os fluxos de informação entre o aeroporto, a vigilância sanitária e a assistência à saúde, com a intenção de facilitar a identificação de casos suspeitos de Covid-19.
O plano de contingência inicia com a comunicação à autoridade do aeroporto de casos suspeitos a bordo, passa pelo repasse de informações à FVS, o embarque no avião para avaliação de cenário, a remoção do suposto contaminado e a descontaminação do da aeronave.
A ação também simulou a transferência de um paciente suspeito para a unidade referência para a infecção respiratória na capital, o Hospital Delphina Aziz. Lá, a FVS acionou os protocolos de avaliação e isolamento do paciente. A FVS ressaltou, no entanto, que o posto de atendimento da Anvisa no aeroporto está apto a fazer o pronto atendimento dos passageiros.
Segundo o coordenador de Portos, Aeroportos e Fronteira, da Anvisa na Região Norte, Jeferson Nepumuceno, a simulação já estava prevista no plano de contingência. “Esta ação permite possíveis ajustes no plano e nos procedimentos que devem ser adotados por todos os envolvidos diante da situação”, explica.