Gripe x Covid-19: especialista explica diferença dos sintomas e prevenção
Saiba como identificar as principais manifestações de cada doença e primeiros cuidados

O novo coronavírus (Covid-19) tem sintomas semelhantes a outras síndromes como resfriado e gripe. Por causa do atual cenário de pandemia, muitas vezes, pacientes podem se confundir em relação à sua condição de saúde, o que pode o levar a sair de casa, minimizando os cuidados necessários à prevenção contra o novo vírus que assola o Brasil.
De acordo com a pneumologista Socorro Cardoso, durante os meses de fevereiro, março e abril, é comum haver mais ocorrências de gripes, principalmente as manifestações associadas da Influenza H1N1. No entanto, com a chegada do novo coronavírus, muitas pessoas podem confundir alguns sintomas da gripe e resfriado com os do Covid-19.
Sintomas
“No caso da febre, por exemplo, a ocorrência dela é comum em casos de Covid-19 e de gripe, mas rara em resfriados. No caso do Covid-19, os sintomas são mais intensos e severos, como a dor de cabeça, coriza, dor no corpo, diarreia e manifestações na pele”, detalha a médica. Os espirros são comuns em resfriados, mas raros tanto em gripes quanto em Covid19. O nariz entupido aparece frequentemente em resfriados, às vezes em gripes e, raramente, em casos do novo coronavírus.
A dor de cabeça é rara em resfriados, comum em gripes e pode surgir em infecções pelo novo coronavírus A especialista faz um alerta para os pacientes que são portadores de asma. “Caso o paciente portador de asma chegue a contrair o novo coronavírus, é importante não deixar de fazer o tratamento com a medicação. Quanto a diferença de falta de ar entre pessoas com asma e o sintoma do Covid-19, vale lembrar que o quadro de asma tem todo um histórico, o que facilita no momento do diagnóstico e tratamento”, explica Socorro.
Tratamento
De acordo com um estudo de comportamento para entender de que forma os consumidores lidam com a gripe, feito pela Genomma Lab para a campanha de lançamento do antigripal Next, na região Norte, 74% da população aumenta a ingestãode água e 47% revela tomar chás para ajudar a aplacar os sintomas. O comprimido é a melhor forma de medicação para 83% dos entrevistados.
O mapeamento contou ainda com o levantamento realizado pelo Climatempo, que mostrou como o pico de calor e a baixa umidade do ar causam uma maior suscetibilidade às doenças respiratórias na região.
Em tempo de pandemia, a pneumologista alerta que diante de sintomas mais severos, conforme explicitou, não é recomendado o uso de antiinflamatório, bem como lembra sobre o uso da cloroquina, que ainda está em fase de estudos científicos e não tem eficácia comprovada.
Prevenção
A especialista afirma que a principal medida protetiva para as gripes – como Influenza, H1N1, H2M3 – são as vacinas, disponíveis pelo Sistema Público de Saúde (SUS). “É de suma importância tomar a vacina contra gripe, principalmente pacientes com doenças crônicas e pessoas acima de 60 anos, pois somente ela pode ter controle da doença. Estamos em época de campanha de vacinação e essa dose previne quatro tipos de Influenza”, afirma Socorro.
Devido a alta transmissibilidade do novo coronavírus, a médica alerta para o uso de máscaras, higienizar as mãos e usar álcool em gel. “Precisamos nos resguardar para se proteger ao máximo. Ao sair de casa, use máscara, pois ela evita de transmitir e também de contrair o vírus. E, se puder, fique em casa”, alerta Socorro.
Para esclarecer todas as diferenças, o Ministério da Saúde elaborou materiais de divulgação explicando cada uma das síndromes e como os sintomas se manifestam. Quando uma pessoa estiver com sintomas correspondentes à Covid-19, é importante seguir as orientações do Ministério da Saúde e procurar um posto de saúde para obter orientação médica quanto às medidas.
Socorro Cardoso tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Pneumologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Asma, Tuberculose e Doenças Intersticiais.