Hospital Nilton Lins terá custo mensal de R$ 866 mil, diz Wilson Lima
Total de pagamentos pelo aluguel do local por três meses chega a R$ 2,6 milhões. Hospital será usado para receber pacientes acometidos pelo novo coronavírus ainda neste fim de semana

O Governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse que o custo operacional do Hospital Nilton Lins, que está no epicentro de uma disputa judicial, somando o aluguel e outras despesas de custeio como lavanderia vai custar R$ 8 milhões mensais ao Estado. O Estado vai pagar 2,6 milhões por três meses de aluguel da estrutura, que abrigava o antigo Hospital da Unimed Manaus, com custo mensal de 866 mil.
Wilson disse que não concorda com a decisão da Justiça do Amazonas que havia sustado a locação do imóvel, mas que “nunca teve a intenção de ofender a Justiça, que tem sido uma parceira no momento tão difícil quanto esse agora”.
“Ali foi uma fala de ignição minha enquanto governador, cidadão e pai, que está acompanhando na ponta tudo que está acontecendo, a evolução exponencial dos casos e foi uma fala, um desabafo de quem acompanha o sofrimento das pessoas”, explicou o teor da declaração polêmica em que afirma que só fechariam o Hospital Nilton Lins, se passassem por cima de seu cadáver.
Segundo o governador, a estrutura médica do antigo Hospital da Nilton Lins, alugada pelo Governo do Estado, para servir como hospital de campanha, vai começar a receber pacientes acometidos pelo novo coronavírus ainda neste fim de semana. Inicialmente, o hospital vai operar com 20 leitos clínicos, voltado aos pacientes com média gravidade, enquanto que os leitos de UTIs serão reservados para pacientes com quadro grave da Covid-19. A expectativa é que o hospital de campanha opere com 400 leitos.
Lima afirmou que o contrato que regulariza o pagamento pelo aluguel do espaço só vai ser assinado quando o hospital estiver funcionando. “No mais tardar neste fim de semana assim que começar a funcionar, a gente assina o contrato, só vamos pagar e o contrato só começa a valer no momento em que o hospital começa a funcionar”, assegurou.
Suspensão
O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Yedo Simões derrubou a decisão judicial que proibia a continuidade da implantação de 400 leitos no Hospital da Nilton Lins para atender pacientes com o novo coronavírus (Covid-19).
Na mesma decisão, o desembargador deu o prazo de cinco dias para que Governo do Amazonas apresente o contrato e o cumprimento das formalidade legais para o aluguel de imóvel do grupo Nilton Lins onde funcionará um hospital de campanha.
A decisão foi proferida em recurso apresentado pela PGE (Procuradoria-Geral do Estado).
Na noite do desta quarta-feira (15), em resposta à uma ação popular ajuizada pelo advogado Eduardo Bessa, o juiz Cézar Bandieira, da 5a Vara da Fazenda Pública sustou o pagamento pelo contrato de aluguel firmado entre o Governo do Estado e a Universidade Nilton Lins.
Em sua decisão, o magistrado determinava, ainda, que caso o valor já tenha sido pago, a universidade devolva o valor aos cofres do governo em até 48 horas.