A trajetória do PC do B que busca manter a modernidade aos 91 anos
PC do B prepara congresso nacional para rever trajetória de quase 100 anos e definir estratégias das eleições de 2014

“As bandeiras do partido não mudaram. O que mudou foram as formas como elas são defendidas”. A declaração é do presidente do Partido Comunista do Brasil no Amazonas, Edilon Queiroz, ao falar sobre a trajetória do PCdoB nesses 91 anos de existência, completados no dia 25 de março. O dirigente revela que o partido planeja sair das eleições de 2014 com quatro vagas na Câmara de Deputados, em Brasília, e três cadeiras na Assembleia Legislativa (ALE-AM).
Entre os dias 3 e 5 deste mês, os militantes do PCdoB de todo o País se reunião em São Paulo para discutir as mudanças ocorridas na última década quando a legenda saiu da condição de “partido de oposição” e, junto com o primeiro governo do ex-presidente Lula (PT), começou a conquistar cargos nas administrações estaduais e municipais.
Foi assim que no Amazonas em 2003, o então deputado de oposição Eron Bezerra, um dos fundadores da legenda, deixou a condição de “porta-voz da esquerda” para chefiar a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), no governo de Eduardo Braga (PMDB).
“Nós ganhamos o governo em 2002. E ao ganhar nós tivemos obrigação de governar. Eu não vou ficar fazendo carga contra o meu próprio governo. A vantagem de estar no governo é executar o que se sustenta na teoria”, defendeu Eron Bezerra.
Ao PCdoB também foi dada à titularidade da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), hoje comandada por Alessandra Campelo, pré-candidata a deputada estadual nas eleições do próximo ano. Antes dela o comunista Júlio César Soares comandou a pasta.
Dez anos depois, já no governo de Omar Aziz (PSD), o PCdoB se mantém na chefia das duas secretarias.
A participação na máquina pública deu ao PCdoB a possibilidade de expandir a campanha de filiação em todo o Estado e assegurar, na aliança com ex-governador Eduardo Braga, a vitória de Vanessa, à época deputada federal, na disputa por uma das duas vagas ao Senado, com o então senador Artur Neto (PSDB).
Na ALE-AM, os comunistas elegeram o veterano político Wilson Lisboa, um dos neocomunistas, e garantiram a suplência da vaga com outro colega, José Lôbo, também chegado há pouco tempo à sigla.
Em 2012, Vanessa e Artur disputaram a Prefeitura de Manaus e, desta vez, o tucano assegurou, em segundo turno, a vitória com 65,95% dos votos válidos (603.483 votos).
Ao avaliar o desempenho do partido nas eleições de 2012, Vanja Andrea, presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM),secretária de Mulheres e vice-presidente estadual da sigla afirma:“Na capital o resultado não foi o esperado. Mas no interior conseguimos chegar próximo ao objetivo”.
Sem representação em Manaus
Até o ano passado, o PCdoB mantinha um representante na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A emtão vereadora Lúcia Antony (PCdoB) não conseguiu se eleger e o partido ficou sem representante na CMM.
Nas eleições de 2012, a sigla, por conta das exigências dos partidos aliados PSD e PP, não fez nenhum dos 44 candidatos a vereadores lançados em Manaus. “O PCdoB teve voto para eleger três vereadores. Foram mais de 56 mil votos, mas tivemos que acomodar aliados e foi exigido que o partido abrisse chapa para vereador. Vieram de lá um ou dois candidatos e nós lançamos 44 candidatos. O que aconteceu foi que os nossos votos elegeram os candidatos do PSD e do PP”, explicou o titular da Sepror, Eron Bezerra.
No interior do Amazonas, o PCdoB garantiu as prefeituras de Japurá, com Raimundo Guedes, e de São Gabriel da Cachoeira, com René Coimbra. Em São Gabriel, os comunistas fizeram também o vice-prefeito, com Paulo de Oliveira Mafra. Em Caapiranga a vice-prefeitura é do comunista Joaquim de Matos Sobrinho. No ano passado o PCdoB elegeu 28 vereadores no Amazonas; e, todo o Brasil, elegeu 976 vereadores.