Comércio de brinquedos educativos vira nova forma de renda
Com o isolamento, mães perceberam a demanda por brinquedos educativos e abriram novos negócios

A chegada de uma nova criança na família gera muitas transformações na rotina do lar e dos pais, que consequentemente precisam se adequar às necessidades das crianças e do tempo que elas necessitam. Para conciliar a jornada de casa e do trabalho, mães decidiram investir em um ramo muito atrativo para os filhos: o mercado de brinquedos.
Aprender a trocar fraldas, sacrificar horas de sono, adaptar-se à nova rotina, dividir tarefas são realidades pelas quais devem passar as mães de primeira viagem. Mas, além disso, muitas mães decidem serem donas do próprio negócio e criarem suas próprias empresas.
Thays Pessoa, ex-enfermeira e proprietária da loja virtual Arco-Íris Brinquedos, decidiu largar a profissão para passar mais tempo com o filho. Segundo ela, é importante que as crianças tenham contato com o mundo educativo desde cedo e se for de forma divertida, torna-se muito mais prazeroso.
“Optei por brinquedos educativos pois sempre ensinei minha criança através da brincadeira, dessa forma eu poderia incentivar outras famílias a fazer o mesmo”, acrescenta.
Educativos
Os brinquedos educativos surgem com a proposta de permitir que as crianças explorem as possibilidades de forma livre e sem a necessidade de os pais estarem presentes. O brinquedo pedagógico tem o apelo do tempo com a família junto com a criança, pois necessitam da presença, mediação e direcionamento de um adulto para que a brincadeira aconteça.
Mercado em alta
Com o isolamento social, muitas crianças ficaram em casa por um longo período antes da volta às aulas, o que gerou uma alta procura por artigos de entretenimento infantis. Durante a pandemia, todas as categorias que permitem que a criança jogue mais tempo, como blocos, quebra-cabeças ou jogos de tabuleiro, destacaram-se.
“Houve um crescimento nas vendas, pois as mães estavam com seus filhos em casa, e sentiram a necessidade não apenas de renovar o estoque de brinquedos mas também a necessidade de recursos que pudessem auxiliar no ensino, pois os pais tiveram que assumir papel de professores. Então teve uma curva de crescimento mas que logo após normalizou”, conta a dona da Brinquedos Pé de Moleque, Raquel Serra. A loja também atua de forma virtual.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abecomm), brinquedos e jogos, no início do isolamento, tiveram um crescimento de 434% na procura no período de 15 a 28 de março, comparada à quinzena anterior.
A administradora Camila Menezes, 32, é mãe de primeira viagem e se tornou cliente número 1 das lojas virtuais. Ela conta que, por conta da pandemia, viu a necessidade de encontra novos meios de ensinar e divertir os dois filhos.
“Não basta apenas colocar a criança para assistir televisão. Os pais devem ficar atentos também para que os filhos aprendam se divertindo. Desta forma é muito mais fácil trabalhar o desenvolvimento das crianças e lidar com o isolamento social, que deixou a maioria das famílias reclusas em casa”, comentou.