Crise na PMM por causa de hotel na operação centro seguro
Secretário do Centro contesta Vigilância Municipal, que reabriu hotel fechado em operação que contou com a presença do prefeito

Um documento do Departamento de Vigilância Sanitária (Dvisa) autorizando a abertura do Real Hotel criou um desentendimento em quatro das 30 instituições que participaram da operação Centro Seguro. A operação foi planejada durante seis meses pelo alto escalão da prefeitura e da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) e deflagrada na última sexta-feira, no Centro de Manaus.
O Termo de Compromisso datado de segunda-feira e com a assinatura da diretora da Dvisa, Eliane Andrade Fernandes, permite ao proprietário do Real Hotel reabrir o estabelecimento. O hotel foi interditado pela própria Dvisa na sexta-feira por não apresentar condições básicas de saúde, além de ter problemas no alvará de funcionamento.
No documento, a Dvisa justifica autorização com a promessa do proprietário de “regularizar todas as irregularidades detectadas em um prazo de 90 dias”.
O titular da Secretaria Municipal Extraordinária para Requalificação do Centro (Semex), Raphael Assayag, responsável pela operação, contestou autorização e autenticidade do documento. “Uma equipe nossa foi até o hotel para ver se eles ainda estavam funcionando e nos foi apresentado um documento de autorização da Dvisa. Não sabemos se esse documento é real, mas, se ele for, essa foi uma decisão absurda porque não convém com a ideia da prefeitura”, disse Assayag.
O documento, segundo Assayag, não foi autorizado pelo alto escalão da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), órgão ao qual a Dvisa é subordinada. “O secretário Evandro (Melo) teve uma reunião comigo aqui em Brasília e disse desconhecer essa autorização. Caso ela tenha acontecido, faremos uma espécie de auditoria dentro da prefeitura para tomarmos uma providência, pois não era esta a recomendação do prefeito”, disse.
O subsecretário de Fazenda da Secretaria Municipal de Finanças (Semef), Armínio Sousa, informou que nenhum estabelecimento lacrado recebeu autorização para voltar a funcionar. “Constatamos uma série de irregularidades que não podem ser resolvidas do dia para a noite. Há um procedimento legal que eles precisam tomar e que não tiveram tempo hábil para isso. Portanto, permanecem sem autorização para abrir”, afirmou o subsecretário.