Em 2019, ano anterior a pandemia, o mercado imobiliário havia fechado também em alta com faturamento de R$ 814 milhões
(Foto: Gilson Melo)
As adversidades econômicas que abalaram diversos setores em 2021 não pararam a construção Civil. No Amazonas, dados divulgados nesta quarta-feira (22) pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-AM) projetam um crescimento de 15% para este ano, em relação a 2020 (R$ 900 milhões). No comparativo dos últimos 5 anos esse é o maior faturamento, totalizando R$ 1,1 bilhão.
Em 2019, ano anterior a pandemia, o mercado imobiliário havia fechado também em alta com faturamento de R$ 814 milhões, 35% maior do que os R$ 603 milhões da receita de 2018 que por sua vez também havia superado os R$ 517 milhões faturados no ano de 2017.
Apesar do franco crescimento o presidente da Ademi, Albano Máximo, é prudente em falar das projeções para 2022. Segundo ele, a incerteza econômica em relação ao câmbio internacional e a queda no faturamento das famílias podem prejudicar as vendas. Neste ano, por exemplo, um dos maiores problemas foi o aumento 42%, em média, dos materiais de construção.
“Começou pelo aço, depois foi o cimento, então, várias atitudes foram tomadas pelas associações e nós conseguimos inclusive a diminuição de impostos. Conseguimos fazer importação de alguns materiais e isso já derrubou o preço”, justificou o presidente.
No terceiro trimestre o setor conseguiu em vendas um valor de R$ 274 milhões, 9,8% a menos que no segundo trimestre em que conseguiu R$304 milhões, no mês de outubro a margem de vendas permaneceu no esperado de R$122 milhões. A soma dos meses de janeiro a outubro acumula um montante de R$ 862 milhões.
A queda no faturamento das camadas mais baixas da sociedade, aceleradas pela inflação projetada de 10,3% para 2021, já começam a refletir na percepção do setor. Conforme o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM, Henrique Medina, houve uma mudança no perfil dos empreendimentos lançados neste anão. As construtoras têm investido menos em unidades econômicas que são financiadas pelo programa Casa Verde e Amarela e começam a focar nos imóveis de seguimento convencional.
“Isso se dá muito pela inflação, as famílias com renda mais baixa tiveram suas rendas consumidas, por conta da inflação e as famílias com rendas mais altas tiveram um impacto menor, portanto, uma sobra maior na renda familiar para comprar o seu imóvel”.
Nas vendas do terceiro trimestre, os imóveis do padrão econômico continuaram liderando com 734 unidades vendidas, padrões verticais (360), unidades horizontais (199) e comerciais (16) somando R$ 274 milhões no terceiro trimestre de 2021.
Os bairros que representaram juntos 72,8% das unidades vendidas neste período, foram: o Planalto, com a região do Parque Mosaico (400), Lago Azul (195), Ponta Negra (185), Tarumã (150), Colônia Terra Nova (95) e Tarumã Açu (70).