Dirigentes são homenageados por suas atuações empresariais
Grupo de Líderes Empresariais reconhece ação de empresários que são referência nos mercados em que operam

Mais de 300 empresários e políticos brasileiros desembarcaram na Ilha de Comandatuba (Bahia) na última semana, entre os dias 27 e 30 de abril, para participar da 12ª edição do Fórum de Comandatuba, promovido anualmente pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e considerado o maior encontro empresarial do Brasil. Durante o evento, o Lide realizou a entrega do “Prêmio Lide 2013” para os dirigentes que mais contribuem com ações importantes para o desenvolvimento País, na avaliação da entidade.
Os nomes dos escolhidos por votação do Comitê Executivo do Lide receberam o prêmio no dia 28, em uma das dez categorias da premiação.
Os premiados foram: André Esteves, presidente do banco BTG Pactual (Dirigente Empresarial do Ano); Edson de Godoy Bueno, presidente do Conselho da Amilpar (Empreendedor); João Castro Neves, presidente da Ambev (Líder da Indústria); Marcial Portela, presidente do banco Santander (Líder de Responsabilidade Social); Carlos Fadigas, presidente da Braskem (Líder da Sustentabilidade); Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica|Vivo (Líder de Inovação); José Seripieri Junior, presidente da Qualicorp (Líder do Setor de Serviços); e Marcos Quintela, presidente da Y&R (Líder da Comunicação).
O Lide também entregou o prêmio para o empresário Alair Martins, fundador do grupo Martins, na categoria “Homenagem Especial do Ano”. A cerimônia contou com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer.
Escolhido para falar em nome dos premiados, o presidente do bando BTG Pactual, André Esteves, ressaltou os indicadores positivos da economia brasileira, deixando de lado temas amargos como inflação fora da meta e alta da taxa Selic. Segundo Esteves, “é preciso olhar o lado cheio do copo”. “A dívida pública é de 35% do PIB e é a menor entre os países do G-20. O Brasil melhorou e muito se superou”, disse o dirigente.
Números positivos
Em seu discurso na entrega do Prêmio Lide, o banqueiro bilionário André Esteves - que raramente se expõe diante de um público tão grande de pessoas - destacou que o Brasil é o maior exportador de soja, de etanol e de suco de laranja. O empresário disse ainda que o País possui a melhor matriz energética, com 90% de energia renovável e tem uma economia estabilizada.
Seminário debate Copa
Outro momento importante na programação do Fórum de Comandatuba foi o Seminário Lide, que debateu o tema “Brasil: Preparado para a Copa e Olimpíadas?”. Além de empresários, um grupo de governadores, prefeitos, parlamentares do Congresso Nacional e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, participaram da discussão, que contou com moderação do presidente mundial do Lide, João Doria Jr.
No seminário, a inquietação dos empresários com a infraestrutura aeroportuária não recebeu uma resposta clara e objetiva do ministro. “A situação da infraestrutura aeroportuária está plenamente administrada. Temos capacidade para receber os eventos de 2014 e 2016. Então o problema não é a infraestrutura, mas a operação aeroportuária, ou seja, o tempo que se perde com conexão de voos e toda a logística”, disse Aldo.
Entrevista: João Doria Jr.
Em 2003, o jornalista e empresário João Doria Jr. criou o Lide com o objetivo de aproximar executivos de diversos segmentos e criar maior interação do empresariado com políticos dos Poderes Executivo e Legislativo. Além de debaterem temas relevantes para o desenvolvimento do País, os membros do Lide fazem novos amigos e fecham parcerias comerciais entre eles. Atualmente com mais de 1.500 empresas participantes, a entidade fundada por João Doria Jr. já representa 51% do PIB privado do Brasil e realiza, a cada ano, 164 eventos.
Na entrevista a seguir, o presidente do Grupo Doria explica como funciona o Lide e os avanços obtidos pela entidade nos últimos dez anos. Confira.
Quais são as vantagens para o empresário que tem uma rede de contatos como essa?
É uma grande vantagem poder se relacionar diretamente com as pessoas com as quais você deseja fazer algum tipo de entendimento. Essa é uma característica bem brasileira até. Os anglo-saxões, ingleses, norte-americanos e canadenses não têm esse hábito. As relações são mais frias, enquanto no Brasil as relações são mais aquecidas, as pessoas gostam disso. A vantagem do Lide é que ele integra e aproxima as pessoas. Você consegue criar oportunidades de negócios fazendo amigos.
Em dez anos, a mentalidade do empresariado melhorou quanto à importância desse tipo de encontro?
Sim. O próprio Lide, inclusive, aumentou muito a sua participação em número de membros. O Lide começou com 102 empresas e hoje somos mais de 1.500. O Lide cresceu e as oportunidades também.
Como é sua participação na organização dos eventos?
Sou muito ativo e gosto de estar envolvido com os eventos do Lide. Temos 164 eventos que são realizados anualmente no Brasil e no exterior. É um volume grande. Eu gosto de atuar no planejamento porque me dá o pulso do que está acontecendo e também porque sou apaixonado por aquilo que faço.
Existe um código de ética ou de posturas para participar dos eventos?
Existem códigos que o Lide procura recomendar. Um deles é não fornecer as listagens (com os contatos) dos participantes para terceiros, porque isso é algo reservado, feito para quem está participando do evento. A gente também recomenda que o participante responda um email ou devolva uma ligação para outro membro em até 72 horas. Acreditamos que no máximo em três dias a pessoa é perfeitamente capaz de responder alguma solicitação. Por outro lado, não é recomendável pedir algo que não seja interessante a algum membro. Spams são absolutamente proibidos.
Como você reage a imprevistos que acontecem durante um evento?
Tem que fazer jogo rápido, essa é a forma. Não tem outro jeito senão superar rapidamente a deficiência e encontrar uma alternativa muito rápido. E ter capacidade de superar adversidades e até de improvisar também.