'É preciso dar atenção pessoal ao Amazonas', afirma Marcos Pereira, titular do Mdic
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em entrevista exclusiva, fala de apoio à indústria amazonense e de como pretende combater velhos entraves como demora nos PPBs e destravamento do CBA
Após quase sete meses, a indústria Amazonense volta a receber a visita de um titular do Ministério que comanda o setor (Mdic). A participação mais recente em uma reunião do CAS havia sido feita pelo então Ministro Armando Monteiro, em dezembro de 2015.
Ontem (16), o novo responsável pela pasta, Marcos Pereira, esteve na sede da Suframa reafirmando compromissos e estabelecendo prazos para cumprimento de promessas antigas. Em entrevista exclusiva ao A Crítica, durante visita à Rede Calderaro de Comunicações (RCC), Pereira revelou planos frente ao cargo.
O senhor afirmou que se fará presente em todas as reuniões do CAS de agora em diante. Que motivo baseou esse compromisso?
Confirmo esse compromisso e virei a todas as reuniões do CAS. A única exceção é se a data coincidir com compromissos emergenciais estabelecidos pela Presidência da República. Vamos buscar fazer com a regularidade que exige o regramento – reuniões bimestrais. Primeiro porque entendo que o parque fabril local tem uma importância fundamental para o desenvolvimento da economia do País. É minha obrigação estar aqui. Estamos empenhados em executar e sair um pouco do diálogo.
Entre os pleitos da Fieam está o fim da demora para liberação de novos PPPBs. Que tratamento o ministério dará ao assunto?
Nós estamos acelerando na medida do possível para que essas liberações sejam mais céleres. Eu tenho algumas ideias que ainda vou discutir com o ministro Gilberto Kassab para poder destravar os PPBs e tentar enquadrar as decisões dentro do prazo de 120 dias, que é o prazo estabelecido por lei.
Dados da Suframa indicam que entre 2003 e 2014, em torno de R$ 1,4 bilhão em recursos estavam contingenciados. O ministério já tem um plano de ação para resolver isso?
Já tem sido feito um trabalho junto a Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Casa Civil e ao próprio presidente em exercício, Michel Temer, no sentido de apresentar as vantagens do destravamento de recursos. Temos um estudo pronto para ser apresentado. A Suframa é superavitária, ou seja, arrecada muito mais do que gasta. Sabemos que se nós, governo federal, não contingenciarmos tanto, a superintendência terá um potencial de gestão e de proatividade maior, além de geração de mais receita.
E existe uma previsão para que essa liberação seja concretizada?
Ainda não. É preciso considerar que estamos vivendo uma fase ainda difícil na economia do País, com um déficit calculado para este ano em R$ 170 bilhões, mas creio que temos boas chances de avançar neste assunto.
E quanto ao Centro de Biotecnologia da Amazônia? Sem personalidade jurídica há anos. Alguma novidade a respeito da instituição? [
Estamos com um cronograma que nos diz que até dezembro teremos uma organização social que vai geri-lo. Hoje a fase desse cronograma está no jurídico e dentro dessa linha tem uma série de etapas que tem que ser cumpridas para culminar na escolha da organização social que será feita em dezembro. Para o início do ano já devermos ter um gestor com personalidade jurídica pra comandar o CBA. Enquanto isso, a gestão está compartilhada entre Inmetro e Suframa.
O Polo de Duas Rodas aguarda respostas do ministério para encontrar uma solução para a crise de financiamento e mercado enfrentada há alguns anos. Existe uma alternativa sendo desenhada?
Na próxima semana, eu vou ter uma reunião com representante do Banco do Brasil e solicitar uma reunião com o presidente da Caixa Econômica Federal, para que possamos, juntos, desenhar um modelo de estímulo ao consumo e à substituição de frotas. Vamos construir um cronograma.
Qual sua expectativa em relação à melhoria do quadro macroeconômico do País, e que, consequentemente, trará melhoras também para o parque fabril local?
No segundo semestre deveremos ter uma melhora inicial. Medidas econômicas demoram a repercutir, mas pelo menos poderemos receber uma retomada da confiança. Mas a melhora mais efetiva fica mesmo para o próximo ano. Mudando o quadro macroeconômico será possível observar reflexos na economia regional, como a do Amazonas.