Greve dos bancários afeta principalmente o Centro e Região Metropolitana de Manaus
Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil estão entre os bancos que paralisaram suas atividades em municípios do interior do Estado. Algumas agências localizadas em bairros da capital ainda atendem, mas outras devem aderir à greve em poucos dias

Todas as agências do Centro de Manaus aderiram à paralisação dos bancários, que teve início na última terça-feira (30) e segue pelo seu terceiro dia no Amazonas e em várias partes do Brasil. As agências do HSBC, Santander e Banco da Amazônia, por exemplo, estão em greve em toda a capital. Já no interior do Estado, há paralisação em todas as unidades da Caixa Econômica, assim como o Banco do Brasil, que parou 100% em municípios como Manacapuru e Presidente Figueiredo, acumulando transtornos aos usuários desses serviços na Região Metropolitana.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Amazonas (SEEB), Nindberg Barbosa, a greve está pautada nas reivindicações de ajuste salarial de 12,5%, contratação de mais bancários, segurança nas agências e participação nos lucros e resultados. O sindicato destaca também o crescente número de casos de assédio moral contra bancários em exercício.
A entidade informa que, por falta de contra proposta, não há previsão para retorno da greve. Abertura de conta, alterações de cadastro, empréstimos, pagamento na boca no caixa e demais serviços sem cartão estão suspensos. Transações, depósitos, saques podem ser feitos nos caixas eletrônicos normalmente assim como os serviços realizados pelos sites e aplicativos dos bancos.
Pontos funcionando
Segundo informações do sindicato, as agências do Bradesco continuam funcionando nos bairros. A unidade da avenida Djalma Batista deve encerrar o atendimento nesta sexta-feira (3), mas a agência da avenida Boulevard Álvaro Maia permanecerá atendendo os clientes normalmente.
Clientes Itaú das agência localizadas na avenida Brasil, Zona Oeste de Manaus, ainda podem ser atendidos nos caixas. O mesmo vale para clientes das agências dos bairros São José, Cidade Nova e Educandos, além das localizadas nas avenidas Djalma Batista e André Araújo.
A paralisação
A última greve da categoria ocorreu em setembro de 2013 e durou 23 dias. A paralisação iniciada no dia 18 de setembro só terminou após o SEEB aceitar o reajuste salarial de 8% proposto pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), além de participação adicional nos lucros.
Apesar das conquistas, algumas promessas não foram cumpridas, como a contratação de mais bancários. Por isso, essa reinvidicação voltou à pauta de exigências neste ano. Atualmente, no estado do Amazonas, existem 3.700 bancários, sendo que 50% estão concentrados em Manaus.
Além do Amazonas, outros 19 estados - além do Distrito Federal - decidiram aderir à greve em assembleias realizadas na última quinta-feira (26), após rejeitar a proposta de reajuste salarial de 7,5% oferecido pela Fenaban, no dia 19 de setembro.
De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a grave dos bancários causa prejuízos incalculáveis para a indústria pelo fato de que as empresas ficarão impossibilitadas de fazer simples transações, como pagamentos e recebimentos. “No primeiro dia de greve já tivemos prejuízos. Existem pagamentos e recebimentos que só podem ser realizados na ‘boca do caixa’, na agência mesmo”, afirmou.
Para evitar problemas ao consumidor, o próprio sindicato recomenda o uso dos sites dos bancos e de aplicativos móveis para realizar as transações, evitando ao máximo a ida às agências bancárias, que contam apenas com alguns caixas eletrônicos funcionando.