Inep ignora crise em Manaus e recorre da decisão para manter Enem
O pedido do órgão do Governo Federal para manter a realização das provas vem no mesmo dia em que a capital Manaus sofre com falta de oxigênio nos hospitais

Em meio ao caos no sistema de saúde do Amazonas, o governo federal recorreu, nesta quinta-feira (14), na decisão que suspendia a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no estado. O pedido vem no mesmo dia em que a capital Manaus sofre com falta de oxigênio nos hospitais e a população vive momentos de terror. O Exame na versão impressa será aplicado em todo o Brasil nos dias 17 e 24 deste mês.
De acordo com o recurso encaminhando pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), a suspensão das provas no estado, além de prejudicar os estudantes amazonenses, causaria adiamento de outros processos seletivos que utilizam a nota do Enem.
A alegação é de que o adiamento irá refletir diretamente nos cronogramas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade Para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Em consonância, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirma que é segura a aplicação das provas, se cumprido os protocolos de segurança.
A AGU justifica ainda que para a realização dos processos seletivos é necessário que todas as unidades federativas tenham os resultados finalizados, e a aplicação simultânea das provas é garantia de isonomia entre os candidatos. O recurso apresenta ainda uma série de medidas de segurança que podem ser usados no dia da prova, como higienização das mãos, uso de máscara e distanciamento social.
A suspensão das provas no estado ocorreu ontem (13), após decisão do juiz federal José Ricardo Sales, tendo em vista a situação de calamidade pública do sistema de saúde e a preocupante evolução nos números da Covid-19 no estado.