Movimento reivindica políticas públicas para que seja possível o acesso à educação e ao mercado formal para contrapor preconceito do mercado de trabalho, que não acolhe pessoas trans
(Foto: Reprodução/Internet)
Uma das principais lutas e reivindicações de pessoas transexuais e travestis é a permanência nas salas de aula e mercado de trabalho. No dia da Visibilidade Trans, comemorado nesta sexta-feira (29), a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (Assotram) chama a atenção de autoridades para a elaboração de políticas públicas que garantam a inclusão de direitos à população trans.
Segundo a membro da Assotram, Michele Pires Lima, 25, que é transativista e historiadora, a luta pelas conquistas de espaços é árdua no Amazonas. “O movimento cobra políticas públicas para a saúde, mas a gente está para além disso, nós reivindicamos o acesso à educação de qualidade e trabalho formal, já que o mercado não acolhe pessoas trans”.
Conforme ela, as autoridades públicas mantem o diálogo com grupos da sociedade civil, no entanto, não há mudanças práticas no diz respeito ao acesso de pessoas trans a direitos como à educação, saúde e trabalho.
“No Amazonas, não há uma política de Estado que busque a permanência e inclusão em diferentes espaços como na educação básica, no ensino superior e no mercado de trabalho. E isso dificulta, em grande medida, as nossas atividades no sentido de progresso, no sentido de mudança e justiça social para a população trans amazonense”.
A Assotram existe desde 2017 no Estado. Atualmente, a organização conta com mais de 200 homens e mulheres transexuais e travestis associados. Ao longo do tempo, Michele Pires explica que a entidade tem atuado em várias frentes de apoio, sendo uma delas a retificação de nome e gênero.
No ano passado, a associação por meio do projeto “Deusa Lua da Amazônia: memória, cidadania e saúde para população trans”, financiado através do edital Mulheres em Movimento da instituição Fundo Elas, conseguiu retificar 45 pessoas trans em Manaus.
“O reconhecimento desse nome é uma primeira conquista de cidadania para as pessoas trans. O nome é a maneira como você é reconhecido e essa visibilidade é muito importante na questão da autoestima e respeitabilidade. Nós continuamos na luta pela conquista de espaço, pelo direito ao nome, mas também pelo direito de existir em diferentes espaços sem que haja discriminações”.
Ajuda na Pandemia
Em meio a pandemia da Covid-19, a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (Assotram) também arrecada fundos para a compra de cestas básicas, kits de higiene e máscaras de proteção. O objetivo é distribuir os itens para pessoas trans membros e comunidade. A população pode ajudar a Associação por meio das redes sociais como Facebook: www.facebook.com/assotram e Instagram: https://www.instagram.com/assotram.
Dia da Visibilidade Trans
O Dia da Visibilidade Trans foi criado em 2004, quando 27 pessoas trans foram ao Congresso Nacional, em Brasília, em uma campanha elaborada por lideranças do Movimento de Pessoas Trans, em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde