Projeto de inclusão digital gera reflexos positivos em comunidades antes isoladas na Amazônia
Para comunidades ribeirinhas do interior da Amazônia, acesso a Internet e telefonia móvel em banda larga significa verdadeira revolução socioeconômica

Não resta dúvida que a inclusão digital promove grandes transformações na vida das pessoas. No caso de comunidades ribeirinhas do interior da Amazônia, acesso a Internet e telefonia móvel em banda larga significa verdadeira revolução socioeconômica. É o que a Ericsson, em parceria com a Vivo e a Ong Saúde e Alegria estão propiciando no município de Belterra, no Oeste do Pará.
O município paraense, incluindo sua sede e dezenas de comunidades, é contemplado pelo projeto Conect to Learn, parceria público-privada que visa aplicar soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para impulsionar o desenvolvimento.
Para isso, uma estação rádiobase (ERB) foi montada na sede de Belterra em 2009, disponibilizando conexão 3G no município, a demanda foi tanta que, no final do ano passado, uma segunda estação foi inaugurada, desta vez na comunidade de Suruacá, na reserva extrativista Tapajós-Arapiuns.
Apenas seis meses após a inauguração da nova ERB, a vida em Suruacá mudou completamente. Antes, a comunidade vivia isoladas na floresta - a única forma de comunicação era um orelhão que raramente funcionava. Andrea Kilvia, 24, monitora bolsista do Telecentro montado em Suruacá, sabe bem como é isso. “Durante a manhã e no período da noite, ministro aulas para a comunidade. E posso fazer uma coisa que nunca imaginei na vida: me comunicar com o mundo”, diz.
Em Belterra, 77% das empresas utilizam apenas o celular para tocar as rotinas do negócio. Como 76% dos empreendimentos se concentram no setor comercial, onde o principal fornecedor de mercadorias é o município de Santarém, antes, os comerciantes precisavam ir pessoalmente à cidade vizinha para fechar negócios. Agora, tudo se resolve pelo celular.
Nas comunidades, a conectividade dará novo impulso às iniciativas de economia sustentável. O Projeto Saúde e Alegria, ong que atua junto a 30 mil ribeirinhos em quatro municípios, fomenta o turismo de base comunitária, o comércio de artesanato e geração sustentável de energia. Os detalhes estão disponíveis em www.saudeealegria.org.br.
Número de pessoas beneficiadas com a conexão 3G viabilizada em Belterra, chega a 16 mil.
A maioria dos novos internautas de Belterra tem entre 18 e 35 anos, sendo 55% mulheres e totalizando 48% de jovens.