Quatro municípios do Baixo Amazonas estão em situação de alerta, diz Defesa Civil
Órgão afirma que ainda não é possível falar em afetamento, mas trabalha com precaução
Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá e Parintins, municípios localizados no Baixo Amazonas, entraram em situação de alerta ontem por causa da cheia do rio. A informação foi repassada pelo secretário da Defesa Civil do Estado, Fernando Pires Júnior. Com estas quatro, sobe para sete o número de cidades amazonenses nesta condição de anormalidade. As demais são Humaitá, Borba e Nova Olinda do Norte, na bacia do Madeira.
De acordo com Pires, a medida é uma forma de precaução para que as regiões sejam monitoradas de perto e caso haja o transbordamento da calha do Amazonas, as defesas civis dos municípios possam atuar em prol das famílias que vivem às margens do rio e em áreas de possíveis alagamentos. “Não estamos dizendo que vai haver o afetamento, mas poderá acontecer por conta do diagnóstico de chuva”, explicou o secretário.
Os municípios de Manicoré e Novo Aripuanã, também na calha do Madeira, estão em situação de emergência devido à subida das águas. A enchente nestas duas localidades afeta 4.542 famílias, de acordo com dados da Defesa Civil do Amazonas. Outros dois municípios estão na mesma condição, mas o motivo é a estiagem. São eles: São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, ambas no Alto Rio Negro. Nestas regiões, 5.099 famílias foram afetadas.
Alerta de cheia
Porém, o 3° alerta de cheia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado ontem, mostrou que o nível do rio tem subido consideravelmente nos últimos dias no Alto Rio Negro, principalmente em São Gabriel da Cachoeira. “Choveu bastante, o riu subiu e está acima do normal. Agora a gente tem que acompanhar para tentar minimizar (os impactos) caso ocorra uma grande cheia lá”, afirmou a pesquisadora responsável pelo Sistema de Alerta do CPRM, Luna Gripp.
Quanto à cheia para Manaus, especialista disse que a previsão é que o fenômeno atrase um pouco, o que significa que o rio Negro continuará subindo até o final de junho ou começo de julho, mas será dentro da normalidade.
A cota, conforme ela, deve ficar entre 28,20 a 28,70 metros, média de 28,45 metros, ou seja, 55 centímetros abaixo da marca registrada na cheia de 2017.
Rio Negro ainda apresenta ritmo de enchente
Até ontem, a cota do rio Negro em Manaus era de 27,91m, enchendo uma média de cinco centímetros por dia. No ano passado, nesse mesmo período, o nível do rio era de 28,96m, e já apresentava sinais de vazamente, descendo uma média de dois centímetros ao dia. De acordo com o CPRM, a cota do Negro deve ficar entre 28,20m a 28,70m.
Normalidade no período chuvoso
As chuvas devem ficar dentro da normalidade nos meses de junho, julho e agosto no Amazonas. A informação é do chefe da Divisão de Meteorologia do Centro Regional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Manaus, Ricardo Dallarosa. Ele falou sobre o assunto ontem durante a divulgação do 3° alerta de cheia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Dallarosa disse que a região de Manaus está no período de transição da estação chuvosa para a seca então as chuvas devem se reduzir nos próximos meses. “Até maio tivemos bastante chuva não só aqui na região, mas na Amazônia Ocidental como todo, mas a tendência de redução é paulatina agora porque do Centro-Norte para baixo as chuvas se reduzem sensivelmente, mas para cima não. Vamos ter bastante chuva em Roraima, Noroeste do Amazonas e toda Amazônia internacional Ocidental”, explicou.