Bancos digitais conquistam jovens com grandes vantagens e menos burocracia
Com cerca de 1 milhão de contas abertas por mês, os bancos digitais estão ganhando a clientela dos bancos tradicionais ao oferecerem vantagens em custo zero, praticidade e menos burocracia

A carteira do brasileiro ganha um colorido diferente com a popularização dos bancos digitais que oferecem conta corrente sem custo de manutenção, cartão de crédito com baixa anuidade e toda movimentação financeira através de um aplicativo no smartphone, a exemplo do Nubank, Neon, Banco Original ou Banco Inter.
No País, mensalmente são abertas em torno de 1 milhão de contas neste formato, segundo um levantamento da Boston Consulting Group (BCG).
Para o economista e consultor de finanças, Ailson Rezende, o crescimento de fintechs tem elevado a oferta de aplicativos que aproximam o cliente e as agências digitais proporcionando uma experiência mais prática ao usuário. O economista analisa que a oferta desses recursos destas instituições tecnológicas estão afastando os clientes dos bancos tradicionais.
“Esses bancos digitais têm aplicações que rendem mais que a poupança, claro, hoje o rendimento é baixo, mas pelo menos o seu dinheiro não fica parado na sua conta e você não tem taxas”, explica. Hoje, através dos ‘bancos sem filas’, é possível realizar abertura de contas poupança e para pessoa jurídica, saques em caixa eletrônicos e até depósitos de cheques com apenas alguns cliques.
Vantagens
Entusiasta da tecnologia, o estudante de educação física Bruno Danilo Silva não pensou duas vezes ao escolher o canal para administrar o seu dinheiro e optou pelos serviços dos bancos digitais.
Danilo possui contas ativas nas fintechs Banco Inter, Nubank e C6 e destaca como principal vantagem essa redução e - em alguns casos - a isenção das taxas de transferência entre agências e manutenção das conta. Além disso, ele recebe descontos na antecipação do pagamento de faturas referentes ao cartão de crédito e pontos que podem ser convertidos em descontos (cashback) em companhias aéreas parceiras e sites de vendas de passagens.
O estudante de educação física Bruno Danilo escolheu os bancos digitais Nubank, C6 e Inter. Foto: Eraldo Lopes/Freelancer
“Eu pagava de R$ 20 a 30 (de taxa) em uma agência fixa e no banco virtual eu não pago nada”, destaca o estudante.
Bruno conta também que outros pontos positivos são a praticidade para obtenção de crédito, como nos bancos C6 e Inter. O estudante destacou ainda a liberdade para organização da sua vida financeira com recursos dos aplicativos, que oferecem o balanço dos gastos mensais.
Desvantagens
Já o funcionário público Cácio Costa não teve uma boa experiência nas suas duas tentativas de aderir aos bancos digitais. Na sua primeira aposta no Nubank, ele contou que teve dificuldade para aumentar o seu limite de crédito.
Mas o problema maior ocorreu em julho do ano passado quando o servidor teve o seu cartão do banco Inter clonado e descobriu o ocorrido somente após ter uma compra recusada e verificando no aplicativo uma fatura com o valor de R$ 8,3 mil no cartão de crédito.
Cácio diz ter tido aborrecimentos para a resolução da situação devido a padronização dos processos de atendimento o que causaria uma falta de proximidade com o cliente além da demora no atendimento.
“Eu já tive solicitações no chat que eu simplesmente fui ignorado; eu tive que abrir uma outra aba para questionar se eles não iriam me responder. Essa questão de o atendimento ser todo virtual as vezes você não tem para onde recorrer”, relata Cácio.
O servidor público conseguiu reaver o dinheiro após a espera de pouco menos de 30 dias mas resolveu retornar aos serviços do seu banco físico.
Os bancos digitais no País são regulado pela norma nº 3.919/10 do Banco Central e são um reflexo do crescimento dos serviços realizados por meio do celular - mobile banking - que lideram a preferência dos clientes segundo o último levantamento realizado pela Federação dos Bancos do Brasil (Febraban).
Enquanto o crescimento das transações bancárias em geral foi de 8%, o número de operações de smartphones foi de 24% de acordo com a Febraban.