Segundo a Comerc Energia, maior preocupação com a despesas será com os pequenos empreendedores e os autônomos, já que os grandes empresários utilizam sistemas de energia independentes
(Reprodução/Internet)
Os pequenos consumidores poderão ser os mais afetados pelo efeito do novo coronavírus (covid-19) nos preços da energia elétrica, é o que afirmou o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos durante entrevista a plataforma Mega-Watt na manhã de hoje (24).
Vlavianos comentou sobre a expectativa do mercado livre de energia para a pós-pandemia. Segundo ele, apesar da baixa atual dos Preços de Liquidação da Diferenças (PLD estar oscilando próximo do piso, espera-se uma retomada no crescimento para dois a três meses após a suspensão da quarentena. A PDL é a variável que define os valores de megawatts/hora para comercialização.
A maior preocupação será com o pequeno empreendedor e os autônomos que precisaram fechar as portas durante a pandemia e não possuem acesso fácil a linhas de crédito e nem direitos trabalhistas que amparem esses cidadãos.
"Tem uma preocupação do governo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o que vai acontecer com os contratos cativos que terão esse impacto e não tem o crédito do BNDES para encontrar uma solução", enfatiza.
Diferente do mercado cativo de energia que depende das ações conjuntas do governo, através do Ministério de Minas e Energia e da Aneel, que atendem a população em geral, o mercado livre possui seus principais contratos com as grandes empresas e o segmento industrial que demandam volumes maiores de energia.
Ainda não foi possível estimar quanto será a perda do setor energético a médio prazo, mas o diretor esclarece que já houveram suspensão de contratos "por motivo de força maior" desde de o início da crise com academias, shoppings e grandes redes de cinemas que foram obrigados a suspender seu funcionamento em vista da transmissão comunitária do covid-19 em território nacional.
Cristopher justificou que esse crescimento se dará pela junção do petróleo mais barato, o ócio industrial, a demanda reprimida no consumo, mas, principalmente, pelos juros baixos e desburocratização para financiamento por meio do BNDES.
Na tarde desta terça-feira, a Aneel realizará uma reunião para atender os pedidos das empresas de distribuição elétrica do País para socorrer o setor durante o isolamento da população.