'Arquiteotonicas': Otoni Mesquita comemora 45 anos de carreira em exposição
Com entrada gratuita, a mostra tem abertura nesta quinta-feira (23), às 19h, no Centro Cultural Palácio da Justiça. A exposição tem curadoria do artista Sérgio Cardoso
Após quase 40 anos da primeira exposição individual e também marcando os 45 anos de trajetória artística, o artista plástico Otoni Mesquita apresenta a exposição “Arquiteotonicas”, onde mostra cidades imaginárias que se complementam quase que infinitamente, com gravuras de seus habitantes fantasiosos, objetos decorados com símbolos de culturas inventadas e uma torre de babel que reúne a vida e arte do artista.
“Apesar de não ter planejado essa exposição para a data, trata-se de uma retrospectiva ordenada da minha trajetória artística e está sendo muito bom poder reunir, refletir e remontar parte dos trabalhos anteriores. O exercício de estar lá e pensar coisas novas é estimulante. Me rejuvenesce, me anima, me cobra para sempre criar e recriar cada vez mais”, garante Otoni Mesquita.
A exposição tem curadoria do artista Sérgio Cardoso, que afirma o fato da exposição ser inovadora, mantendo o compromisso com a contemporaneidade nas artes. “Fico muito honrado de receber o convite para essa curadoria 40 anos após aquela primeira exposição. Otoni é um ator de si próprio, de multimeios, que se reinventa a cada exposição”, declara o artista.
Exposição
Com entrada gratuita, a mostra tem abertura nesta quinta-feira (23), às 19h, no Centro Cultural Palácio da Justiça, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, nº 901, bairro Centro, Zona Centro-Sul de Manaus. O visitante poderá contemplar as cidades “otonianas” nas salas Juiz Manoel Corrêa de Miranda e Desembargador Benjamin Rubim, do Palácio da Justiça. Essas obras fazem parte de uma série de criações que datam dos anos 1970 e 1980.
"Ainda que esteja fatigado fisicamente, me sinto potente para novas realizações desde que comecei a pensar essa exposição". Foto: Michel Dantas
“Desde a infância sempre me interessei por castelos e os desenhava bastante. Também sempre tive essa relação com as cidades, mas foi a partir dos anos 1980 que comecei a desenhar com mais frequência. Cinema, viagens e minha atuação como professor da arte me influenciaram nesse processo de construção artística”, afirma.
Torre de babel
Composta por obras do artista de 1975 a 2020, a torre contém hieróglifos, imagens de cidades que visitou, grafismos, alfabetos, textos, bilhetes, desenhos e esboços, uma torre de babel que reflete o próprio universo otoniano. Além disso, o público poderá ver calcogravuras dos habitantes e também caixas decoradas como “oferendas” das cidades imaginárias.
“A minha ideia ao montar essa obra é para contestar o poder e mostrar o cotidiano das cidades, bem como a repetição, as administrações equivocadas, que acontecem em diversas cidades do mundo e acabamos reproduzindo isso em nossa sociedade. Essa torre é parte do meu processo de construção, é uma obra autobiográfica”, destaca Otoni.
A exposição fica em cartaz no Palácio da Justiça até 23 de abril. Em janeiro, o centro cultural funciona de terça a sábado, das 9h às 15h, e aos domingos, das 9h às 14h. A partir de fevereiro, a visitação acontece de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 9h às 14h.
Trajetória
No dia 25 de janeiro completam-se 40 anos da primeira exposição individual de Otoni Mesquita, “Fruturbano”, que à época foi realizada no hall do Teatro Amazonas, com direção artística de Sérgio Cardoso.
“Desenvolvi minha carreira com uma certa variedade de técnicas, não só com gravuras e pinturas, mas com aquarela, nanquim, performance, instalação, videoarte, coisas que continuo mesclando, e retomar estas referências, me fez recuperar muita coisa”, declara Otoni.