Técnicos fazem aproximadamente 30 mil análises mensais na água tratada por concessionária. Processo de “transformação” da água bruta em água potável é concluído em pouco menos de duas horas
(Técnicos fazem aproximadamente 30 mil análises mensais na água tratada pela concessionária (Euzivaldo Queiroz/AC))
Quando você liga a torneira para lavar uma louça, encher uma garrafa, lavar as mãos ou escovar os dentes, consegue imaginar qual o processo que ocorre para que essa água, transparente, límpida e potável chegue até sua casa? As etapas fazem parte de um verdadeiro processo químico e logístico, desde o momento em que ela é captada no Rio Negro até a distribuição para as mais de 500 mil residências espalhadas em todos os bairros da capital.
Após a captação, feita em uma profundidade de mais de 30 metros, a água chega por meio de adutoras (tubulações gigantescas) até os tanques de uma das Estações de Tratamentos (ETAs). O processo de “transformação” da água bruta em água potável é concluído em pouco menos de duas horas, após o produto coletado passar por todas as etapas de tratamento e ficar no ponto certo de distribuição.
Nas estações da Ponta do Ismael, no bairro Compensa, responsáveis pela a maior parte do abastecimento da cidade, o processo tem cinco etapas, conforme explica Marcelo Avelino, supervisor de produção da Estação de Tratamento 1. “A etapa um é a própria captação. A dois, chamamos de adução e por fim, vem o tratamento. Sendo que o tratamento se divide em vários processos como a coagulação, decantação ou flotação. Depois desses processos iniciais, vem a filtração, a desinfecção e a fluoretação, onde a gente acrescenta uma quantidade de flúor na água”, descreveu.
Análises
O procedimento é tão minucioso que os técnicos fazem aproximadamente 30 mil análises mensais na água tratada pela concessionária. São monitoradas desde a característica que mede o grau de coloração e turbidez (transparência) da água, a presença de metais pesados e bactérias. “O monitoramento desse tratamento tem que ser feito de forma eficaz e sistemática, de uma forma muito justa e detalhada, para que você consiga fazer esse tratamento de forma eficaz. Por isso, temos todo um cuidado, onde o resultado é avaliado de hora em hora”, comentou Marcelo.
O processo é todo automatizado, desde a captação até o monitoramento da qualidade da água, que é feito em uma sala específica. Nela, é possível detectar qualquer falha no processo de tratamento, antes mesmo da água chegar ao consumidor.
Os técnicos da concessionária avaliam, ao longo do dia, a água já tratada. A partir de alguns reagentes químicos, é possível saber se ela está dentro dos padrões de potabilidade.
“Isso é feito para garantir que a população receba uma água de qualidade. Muita gente olha para água do Rio Negro e pensa que é uma água tão limpa e tão boa. Ela é limpa sim, não tem problema nenhum, mas existe uma série de materiais orgânicos no rio que precisam ser retirados para tornar esta água adequada para o consumo”, esclareceu o diretor presidente da empresa Águas de Manaus, Renato Medicis.
Peculiaridades
Sobre este aspecto, o supervisor Marcelo Avelino explica que a água do Rio Negro possui algumas peculiaridades, que tornam o tratamento ainda mais detalhado.
“O Rio Negro tem uma água difícil de ser tratada, mas é uma água tratável. É difícil por ter uma elevada taxa de coloração proveniente de uma matéria orgânica. É uma água aparentemente limpa, mas com uma coloração muito alta. Por causa dessa coloração, usamos uma quantidade elevada de coagulantes, como o sulfato de alumínio e os polímeros, para conseguir dar uma aparência transparente a água”, esclareceu.