Artistas de Parintins são destaque nas escolas de samba do Rio e de São Paulo
Mais de 50% dos profissionais das escolas campeãs são formados na Escola de Artes do Boi Caprichoso ‘Irmão Miguel de Pascalle’

A presença de artistas parintinenses já virou tradição nos Carnavais do Rio de Janeiro e de São Paulo. O primeiro título da Águia de Ouro e o segundo campeonato da história da Viradouro têm a marca da criatividade tupinambarana na construção dos carros alegóricos. Mais de 50% dos profissionais são formados na Escola de Artes do Boi Caprichoso ‘Irmão Miguel de Pascalle’.
A mão de obra especializada de Parintins, seja em alegorias ou outros quesitos, mais uma vez, fez a diferença, no Sambódromo do Anhembi ou na Marquês de Sapucaí.
Para Jender Lobato, presidente do Caprichoso, o trabalho começou com a ousadia do saudoso carnavalesco Joãozinho Trinta em apostar no talento de artistas dos bumbás, entre eles, Karú Carvalho, Juarez Lima, e João Afonso Vieira.
“Esse intercâmbio, de lá para cá, só amadureceu e cresceu. O carnaval do Rio e de São Paulo é um antes dos parintinenses e é outro depois dos parintinenses”, avalia.
De acordo com o presidente do bumbá, o festival de Parintins ganhou tecnologias com a influência do carnaval.
“As festas, entre si, não são concorrentes, ao contrário, são parceiras. Esse intercâmbio serve para que o nosso artista amadureça e conheça novas técnicas de trabalho, aqui no Sudeste, para aplicar no festival de Parintins. Da mesma, os artistas trazem criações de Parintins para o carnaval”, diz.
Estética e turismo
Ericky Nakanome analisa que há uma importância muito grande a relação profissional dos artistas de Parintins com as escolas de samba, porque esteticamente os bumbás se correlacionam.
“Existe, historicamente, uma aproximação estética entre a festa do boi-bumbá e o carnaval. Isso é inegável, apesar de existirem singularidades, que dividem, de fato, essa estética. Nós temos uma estética muito mais rústica, original”, frisa.
Conforme Nakanome, o carnaval é uma ferramenta de divulgação do festival de Parintins para atrair quem gosta de folia, dança e alegria. “É o mesmo público, falando dentro de uma linguagem comercial de turismo, que vai para Parintins curtir o nosso festival e conhecer nossa cultura, porque a arte é base de tudo. A festa é um produto do turismo que precisa ser vendida para um retorno comercial a Parintins”, pontua.
*Com informações da Assessoria de Imprensa