Associação denuncia negligência do Ibama com fiscal com suspeita de Covid-19 no AM
Segundo a Ascema, servidor reportou sintomas para o diretor de Proteção Ambiental do órgão, que negou a transferência e determinou que ele fique em quarentena em um hotel da cidade

A Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema) denunciou nesta quinta-feira (25), por meio de nota, que a direção do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou o pedido de transferência de um servidor com suspeita de Covid-19 no município de Apuí (distante 1.122 quilômetros de Manaus).
Segundo a associação, o fiscal participava da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em parceria com as Forças Armadas, no sul do Amazonas. De acordo com a nota, o servidor reportou os sintomas para o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, coronel Olímpio Ferreira Magalhães, que negou a transferência e determinou que ele fique em quarentena em um hotel da cidade.
Para a Ascema, no entanto, a cidade não apresenta estrutura hospitalar adequada para atender o servidor em caso de piora do quadro de saúde. "A localidade em questão tem se mostrado bastante hostil ao Ibama, devido a grande presença de pessoas contrariadas em seus interesses", acrescenta a nota.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente, responsável pela autarquia, disse que o Ibama "disponibilizou a realização do teste de Covid-19 e ambulância para realizar a transferência do servidor para Porto Velho (RO), ambos recusados pelo fiscal" e acrescentou que as medidas cabíveis para remoção e cuidados estão sendo tomadas pela direção do órgão.
A associação de servidores alega, no entanto, que "o helicóptero da operação deixou a região e o servidor ficou para trás, sem qualquer garantia de atendimento hospitalar e segurança física".
Ontem (25), o jornal O Estado de S. Paulo, em reportagem de André Borges, informou que militares que atuam na operação Verde Brasil 2 têm trabalhado sem uso de equipamentos de proteção individual contra a Covid-19.
Na última semana, a associação enviou uma carta ao presidente do Ibama, Eduardo Bim, cobrando medidas do órgão para garantir a proteção dos servidores que atuam na linha de frente no combate aos crimes ambientais.