Frutos que brotam da selva
A fruticultura no Amazonas vem, ao longo dos anos, se preparando para competir mais ativamente no mercado nacional

Dentre os vários segmentos do agronegócio, a fruticultura amazonense vem ganhando projeção no mercado interno e em outras regiões do País, em virtude do surgimento de novas demandas. Estas, decorrentes de incentivos de políticas públicas e de novos hábitos de consumo na busca de uma vida mais saudável, principalmente pelas altas concentrações de fibras e vitaminas, baixo nível de caloria e poder medicinal.
Nos últimos anos houve forte crescimento da população e da renda das famílias e inclusão de pessoas na classe média, dispostas a consumirem os sabores das frutas. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) Muni Lourenço, a entidade tem percebido o aumento de área plantada, de produção e de número de agroindústrias no Estado. Ele destaca ainda a importância do aspecto social que a fruticultura proporciona, com a geração de empregos a custos inferiores que os demais segmentos.
Muni ressaltou que a produção na fruticultura normalmente é feita por pequenos produtores em regime de economia familiar. Nesse aspecto, ainda de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), um hectare plantado com frutas gera renda média de U$ 2 mil, enquanto a mesma área com cultivo de grãos rende cerca de U$ 500. “No Amazonas tem havido um crescimento significativo na produção de citros, que em determinadas épocas do ano já tem autossuficiência, já tendo havido exportação de laranja amazonense para o vizinho Estado de Roraima e o açaí”, destacou o dirigente da Faea.
Além das frutas exóticas, segundo a Faea, o Estado produz vários tipos de frutas nativas, destacando-se entre elas o cupuaçu e o açaí. Já a produção de abacaxis cresceu 63% de 2010 para 2011, tornando o Estado o oitavo maior produtor do País. Há dez anos, o Amazonas ocupava a 15ª posição, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).