Rio Negro deve ter a menor cheia dos últimos três anos em 2016
Previsão dos especialistas é de que a cota do rio oscile entre 26,60 e 27,20 metros, o que é considerado uma enchente moderada
O rio Negro deve registrar uma cheia menor, em 2016, em relação as registradas no últimos três anos. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira, pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), durante a divulgação do primeiro alerta de cheia deste ano.
O superintendente regional do órgão, Marco Antônio Oliveira, destacou que a previsão é de que a cota do Negro oscile entre 26,60 e 27,20 metros, o que é considerado uma enchente moderada.
Em 2014, a rio Negro chegou a atingir o nível de 29,66 metros, ultrapassando a cota de emergência que é de 28,97 metros. “Essa é a nossa expectativa porque tem chovido pouco em toda a Bacia Amazônica desde o segundo semestre de 2015. Mas ainda é cedo e temos que continuar acompanhando o comportamento das águas”, disse. No fim do mês, o CPRM fará a divulgação do segundo alerta.
Apesar das chuvas escassas na região, os especialistas afirmam ainda ser cedo também para afirmar se haverá uma vazante e seca acentuada no Estado.
“Em fevereiro e março tivemos chuvas dentro da normalidade e a expectativa é que a próxima estação chuvosa siga dentro da média. Então, a tendência é que a vazante também siga dentro da normalidade, uma vez que o rio não deve subir muito”, explicou o meteorologista Ricardo Dalarosa, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).
Preocupação
Um dos fatores que preocupam os técnicos do CPRM, é a rápida subidas das águas no município de Tabatinga (distante 1108,4 quilômetros de Manaus em linha reta), onde o nível do rio Solimões atingiu 11,89 metros e está 2 metros abaixo da maior cheia registrado no município, quando o rio chegou a 13,82 metros, em 1999.
“O Solimões influencia diretamente as cheias no rio Negro e essa subida lá nos traz algumas incertezas. Esperamos que as águas comecem a estabilizar e vamos acompanhar para saber se o Solimões pode alterar a nossa previsão para o rio Negro”, explicou Marco Antônio Oliveira.
Outros dois alertas de cheia serão divulgados pelo CPRM. Um no dia 30 deste mês e o outro no final de maio. Em Manaus, o pico da cheia acontece em junho.
Poucas chuvas
De acordo com o Instituto Nacional Meteorologia (Inmet), neste mês as chuvas devem ser em maior volume, já que o fenômeno El Niño que dificultava a formação de nuvens e assim, diminuindo as chuvas na região, está enfraquecendo.
No entanto, abril é o último mês considerado dentro do período chuvoso (que vai de dezembro a abril), então as chuvas devem diminuir quantitativamente em maio e junho (considerados meses de transição entre a estação chuvoso e a menos chuvosa). A previsão climática para o trimestre é de chuvas dentro do normal (ou média) no Estado.