Enteada de homem assassinado no Tarumã não foi estuprada, diz IML
Pedreiro de 39 anos foi morto um dia depois de ter sido acusado de maus tratos e abuso sexual contra a enteada dele, de dois anos; ele foi liberado na delegacia após exame e acabou morto

Exames do Instituto Médico Legal (IML) não apontaram sinais de estupro em uma menina de dois anos, que morava no Tarumã, zona Oeste de Manaus. O padrasto dela, um pedreiro de 39 anos, foi assassinado depois de ter sido acusado de estuprar a criança.
De acordo com o tenente Abraão, da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência a respeito do assassinato do pedreiro, a vítima tinha sido acusada pela vizinhança de ter abusado sexualmente da criança de dois anos, que foi encontrada desacordada, seminua e suja com fezes, na casa onde eles residiam, na madrugada de sábado (29).
Após ser detido e conduzido à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o então suspeito foi sido autuado, a princípio, por maus tratos. Um exame de conjunção carnal foi solicitado pela Especializada ao Instituto Médico Legal (IML) e constatou que não houve qualquer manipulação nas partes íntimas da criança. A mãe da menina, que prestou esclarecimentos na delegacia, também afirmou que 'verificou' a menina e não percebeu anormalidades no corpo dela. O homem, então, acabou liberado.
Na manhã deste domingo, ao perceberem a janela da casa de Davy com marcas de arrombamento, moradores das proximidades perceberam o corpo dele caído ao chão, com marcas de tiros, momento em que acionaram a polícia.
Após chegar ao local, a equipe policial percebeu ao menos seis disparos de pistola ponto 40 pelo corpo da vítima, e atribuiu o homicídio como consequência da acusação sem provas.
"O crime não foi comprovado na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, no entanto, a população já está cansada de ver tantos atos criminosos e decidiu fazer justiça com as próprias mãos. Orientamos a população que acione a polícia e não cometa esse tipo de crime”, destacou o tenente Abraão.
Durante o trabalho de perícia do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), foram recolhidas cápsulas deflagradas e identificados seis tiros: um na nuca, quatro nas costas e outro no ombro da vítima. A Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS) segue em busca dos envolvidos no crime e a verdadeira motivação. O Instituto Médico Legal (IML) efetuou a remoção do corpo.