Manifestantes fazem ato contra o racismo no Carrefour de Flores
Manifestantes denunciaram casos de racismo e pediram justiça por João Alberto, homem negro que foi espancado e morto no dia 19 de novembro, em uma loja do Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul

Como forma de manifestar repúdio à violência sofrida pela população negra no país, movimentos sociais de Manaus realizaram, nesta sexta-feira (27), um ato de protesto em frente a uma unidade do Carrefour, localizada no bairro de Flores, na Zona Centro-Sul da capital. Com faixas e carro de som, os manifestantes denunciaram casos de racismo e pediram justiça por João Alberto, homem negro que foi espancado e morto por dois homens brancos, no dia 19 de novembro, em uma loja do Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Conforme a professora Raescla Ribeiro, da Coletiva Banzeiro Feminista, a proposta do ato foi uma estratégia para romper com o silêncio e denunciar as mortes motivadas por racismo. "É uma forma de manifestar o nosso repúdio à morte da população negra que ocorre em massa, assim como o encarceiramento em massa. Tem muitos dados mostrando essa realidade que atinge diariamente as nossas vidas. Então, a estratégia de mobilização foi essa, organizar esse ato e falar sobre essa dor que apesar de ser de Porto Alegre, poderia ter sido de Manaus", disse a manifestante.
As manifestações ocorrem durante a tarde e de forma pontual. Devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, os organizadores não divulgaram massivamente o ato para que não houvesse aglomeração. Na ocasião, os manifestantes estenderam faixas em frente ao supermercado e denunciaram outros casos de racismo ocorridos no país, a exemplo do feminicídio da candidata à prefeitura de Curralhinho, no Pará, Leila Arruda, mulher negra que foi assassinada pelo ex-marido no último dia 18, na capital do estado.
Segundo a professora Julia Monteiro, da Coletiva Banzeiro Feminista, é preciso compreender a estrutura racista do país e combatê-la diariamente. "Eu sempre digo que toda pessoa preta ela sempre vai sofrer algum tipo de racismo, porque ele está na estrutura da sociedade brasileira. A gente acorda e em algum momento desse dia a gente vai sofrer alguma situação racista. Então, por isso nós estamos aqui para quebrar o silêncio, reinvindicar e transformar essa dor em luta", destacou.