Ministério Público do AM investiga vandalismo e mortes em Fonte Boa
Promotor Elanderson Lima, titular da promotoria de Jutaí, assume investigação que mira nos suspeitos de vandalismo e homicídio. Na última sexta-feira (17), a delegacia local foi invadida por uma multidão que linchou um preso

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) iniciou processo de investigação para apurar atos de violência e vandalismo em Fonte Boa, município distante 676 quilômetros de Manaus. Na última sexta-feira (17), uma multidão invadiu a 55ª Delegacia Integrada de Polícia (DIP) e esquartejou Ronald Gomes Borges, suspeito de estuprar e matar Elcleciane Nascimento Duarte, de 10 anos de idade. Na ação protagonizada pelos vândalos, ao menos dois carros e uma motocicleta utilizada pelos policiais foram seriamente danificadas.
De acordo com o MPAM, a apuração será feita pelo promotor Elanderson Lima, titular da promotoria de Jutaí, município distante 67 quilômentros de Fonte Boa. O MPAM também encaminhou a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) um ofício solicitando o envio de novas viaturas, além de propor um plano para a reconstrução da delegacia, a única no município de 12 mil habitantes, conforme dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Reforço policial
No sábado (18), a SSP-AM anunciou o envio de reforço policial para Fonte Boa, além de um efetivo maior de delegados. De acordo com o órgão, todos os envolvidos na depredação da delegacia e na morte do suspeito serão responsabilzados.
Em entrevista por telefone, o delegado Mariolino Brito, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) confirmou envio de cerca de 40 polícias para Fonte Boa a fim de investigar os envolvidos no esquartejamento de Ronald. Segundo o delegado, em casos atípicos como este ocorrido no município, delegados de outros municípios são deslocados para apurar a situação.
“Em municípios pequenos com pouco mais de 12 mil habitantes como é o caso de Fonte Boa, em geral, ocorrem crimes como tráfico de drogas e crimes desse tipo. A polícia é eficiente e combate essas ações ilícitas. No caso da menina de 10 anos, a segurança pública foi eficaz, pois houve a prisão do suspeito. Agora, ir até a delegacia para retirar o cara da cela e matá-lo na rua, é até uma questão de educação civil”, pontuou o delegado.
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*Colaborou o repórter Robson Adriano