Acusado de ocultar cadáver de ex é o 1º condenado por feminicídio em Itamarati
Segundo denúncia do Ministério Público, homem matou ex-companheira e levou corpo para uma área de mata do município. Acusado foi acusado a 16 anos de prisão

O Conselho de Sentença da Vara Única da Comarca de Itamarati (distante 965 quilômetros da capital) julgou e condenou a 16 anos de prisão, em regime fechado, Fábio da Costa Vieira, pelo assassinato da ex-companheira dele, Angerlane Melo da Silva. O crime cometido no dia 31 de outubro de 2015 e foi o primeiro caso a ser julgado pelo Tribunal do Júri da comarca na classificação de feminicídio.
O julgamento popular foi realizada no Plenário da Câmara Municipal de Itamarati, na terça-feira (17), e foi acompanhado por centenas de moradores da cidade. Consta na denúncia do Ministério Público que Fábio Vieira matou Angerlane depois que a convenceu a ter uma conversa. Após uma discussão, ele deu um empurrão em Angerlane, que caiu e bateu com a cabeça em um cavalete de madeira. Vendo que a mulher estava inconsciente, Fábio desferiu vários golpes no rosto dela, com uma pedra. Após constatar a morte, ele carregou o corpo até uma área de mata, onde ocultou o cadáver.
A sessão foi presidida pelo juiz substituto de carreira Yuri Caminha Jorge. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) teve como representante o promotor de justiça Caio Lúcio Fenelon Assis Barros. O réu teve em sua defesa o advogado Wanderlei Oliveira de Araújo.
O juiz Yuri Caminha Jorge disse que, por ser o primeiro crime de feminicídio julgado na Comarca de Itamarati, chamou muito a atenção no município. Segundo ele, houve um empenho de todos os servidores da comarca, além da participação do Ministério Público do Estado do Amazonas para assegurar o bom andamento da sessão de julgamento.
“Esse Júri teve uma grande repercussão porque foi o primeiro caso de feminicídio da comarca. Foi um crime que chocou a população de Itamarati e era esperado o julgamento popular. Vale ressaltar que, além do feminicídio, o réu também foi condenado pela ocultação do cadáver. Com isso a pena ficou em 16 anos de prisão em regime fechado”, disse o juiz Yuri Caminha Jorge.
O réu ficou preso durante um ano e cinco dias e esse tempo será abatido na pena. Fábio estava respondendo ao processo em liberdade, mas o juiz Yuri Caminha Jorge decretou a prisão dele ao proferir a sentença.