Alunos de escolas públicas criam pranchas de SUP com lixo
Cada prancha levou em média duas semanas para ser concluída. Entre os materiais, eles utilizaram canos de PVC, emborrachados, PETs e CDs para fazer as quilhas 22/05/2016 às 21:38
Alunos de pelo menos 15 escolas públicas, participantes do programa Pró-Engenharias, aproveitaram os conteúdos de física, química, matemática, sociologia e informática para tentarem solucionar - ou pelo menos reduzir - um dos maiores problemas ambientais de Manaus: a grande quantidade de garrafas PET que poluem os igarapés.
Levando em consideração que quase um milhão de reais são gastos por mês na limpeza dos igarapés, além do impacto negativo na paisagem, poluição e mortandade de animais aquáticos, eles decidiram projetar pranchas de Stand Up Paddle (SUP) sustentáveis, utilizando apenas materiais reaproveitáveis.
Thaynná da Rocha, 17, aluna da Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira, contou que o trabalho começou desde a coleta dos PETs no meio ambiente. “Foi um projeto muito importante pra nós. Exigiu dedicação desde a primeira etapa, de coletar as garrafas. Além disso, misturar a questão de sustentabilidade com qualidade de vida nos animou bastante. Pois produzimos pranchas que podem servir como diversão para a população, por um baixo custo, e ainda evitamos que centenas de garrafas fossem parar nos rios”.
Cada prancha levou em média duas semanas para ser concluída. Entre os materiais, eles utilizaram canos de PVC, emborrachados, PETs e CDs para fazer as quilhas. Para a confecção de cada prancha, 93 garrafas foram necessárias.
“O diferencial foi que aliamos as disciplinas da escola para a produção. Usamos a física, por exemplo, para calcular os movimentos de impulso, flutuação, centro de gravidade. A química orgânica para a própria questão do processo dos PETS e da cola poliuretano e a matemática a geometria da prancha”, explicou o estudante Helmer Araújo Rodrigues, 17, da Escola Estadual Professor Waldock Frick De Lira.
Na prática
Os alunos realizaram vários testes na piscina da Escola Estadual Senador Petrônio Portella, mas, na última sexta-feira, colocaram as pranchas em pleno Rio Negro, na praia da Ponta Negra. Os testes apontaram que cada prancha aguenta em média 100 quilos. Antes de se divertirem, os estudantes tiveram uma breve instrução do Corpo de Bombeiros em relação à segurança.
Geração de renda
O coordenador deste projeto, professor Obenézio de Aguiar, contou que muitos alunos estão pensando até em geração de renda por meio da produção de pranchas sustentáveis. “Eles estão fazendo planejamento de custo, pois muitas pessoas já perguntaram como faz para comprar uma prancha. E um produto deste, que normalmente custa entre R$ 1,7 mil e R$ 4 mil, para os alunos teve um custo de R$ 90 a R$ 150, dependendo da confecção da prancha”.
Engenheiros do futuro
O programa Pró-Engenharias é promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Visa formar os alunos com melhores notas em futuros engenheiros. Os projetos são realizados com alunos de várias escolas, durante dois anos, com início no 2º ano do ensino médio.
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