Após show para Bolsonaro, Celdo Braga diz que ‘não tocaria para quem não acredita’
O músico e poeta amazonense se apresentou com o grupo Gaponga para o presidente durante visita a Manaus
O músico e poeta Celdo Braga negou que a apresentação do seu grupo musical para o presidente da República Jair Bolsonaro tenha caráter político. Em entrevista ao Portal A Crítica, o artista, que tem a sua obra literária e fonográfica ligada à Amazônia, afirmou que a apresentação foi pragmática, mas que não tocaria para alguém que ele não acredite. “Eu não tocaria para quem tem uma ideologia extremamente oposta da minha. Há limites e eles precisam ser respeitados”, confirmou o poeta.
Celdo e seu grupo musical Gaponga se apresentaram para o presidente em um jantar oferecido pelo superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), coronel Alfredo Menezes, na noite da última terça-feira (26), no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, no Distrito Industrial, Zona Sul, durante visita presidencial a Manaus. Minutos depois, o grupo postou fotos do encontro em seu perfil oficial nas redes sociais.
Sobre o jantar, ele ressalta que teve receptividade boa e espontânea por parte da comitiva presidencial. “A nossa intenção é atuar de forma representativa da cultura do nosso Estado. O que interessa, na verdade, é saber que a nossa música ganha espaço no acolhimento popular”, disse.
Ao ser questionado sobre os posicionamentos de Bolsonaro em relação à Amazônia, Celdo afirma não apoiar as pautas do Governo para a região. “Eu não gosto que derrubem a mata. Mas a gente precisa ter uma perspectiva objetiva e olhar para o homem que vive na floresta. É necessária uma política humanista, integrativa”, sustentou o poeta.
Durante o encontro, o músico entregou a Bolsonaro um protótipo de bioinstrumento musical, uma flauta produzida com materiais naturais e de forma sustentável. Celdo é conhecido pela habilidade de imitar o canto de pássaros amazônicos.
Ao longo de 38 anos de carreira, Celdo Braga foi fundador dos grupos Raízes Caboclas e Imbaúba e atualmente integra o grupo Gaponga. Compositor de “Cantos da Floresta”, Celdo já se apresentou para diversas autoridades e personalidades, como o magnata da tecnologia Bill Gates.