Artur diz que professores que cobram verba do Fundeb em atos são conspiradores
Prefeito exibiu prints de grupos de WhatsApp para sustentar críticas, mas mensagem que traça estratégia é exibida sem o remetente

Um dia antes da terceira manifestação dos professores municipais para cobrar repasses do Fundeb aos programas de valorização dos professores, o prefeito de Manaus, Artur Neto (PSDB) reuniu a imprensa na tarde desta quarta-feira para exibir slides com conversas atribuídas a um grupo de WhatsApp com profissionais da educação, onde eram articulados os próximos protestos e ações. O prefeito os definiu como "conspiradores sem compaixão".
A maior parte das conversas exibidas por Artur mostra o telefone de quem mandou a mensagem. Mas uma delas, que lista estratégias de protesto como: retenção da entrega das notas do terceiro bimestre de 2017; boicote a avaliação do desempenho do estudante para a Prova Brasil e Greve Branca, onde professores iriam para as escolas mas não dariam aula, o telefone aparece cortado, sendo impossível ver quem enviou a mensagem.
Na foto: um print com os números; o outro, traçando estratégias, sem identificar o remetente
"Estão tentando assassinar o futuro da educação municipal. É muito triste ter que lidar com esse tipo de pessoa. Mas que fique muito claro que enquanto pai institucional vou saber lidar com esses professores", afirmou Artur.
O prefeito condenou ainda o uso de expressões consideradas por ele como racistas utilizadas no grupo "Fundeb-Semed Paralisação". Nas mensagens, a secretária municipal de Educação, Katia Helena, échamada de "Katirina".
"Isso é crime de racismo contra a secretária, que tomará as providencias necessárias", disse.
Artur Neto disse ainda que encaminhou para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) projeto de lei que prevê cláusulas de desempenho para pagamento de 14° e 15° salário aos professores da rede infantil. E afirmou que já há a possibilidade de pagar as datas-bases em 2018, em meses diferentes.
Sobre pagamento de abono aos professores da rede municipal, nos moldes do que o governo estadual fez, Artur disse que esse é um assunto "superado". "Abono é uma coisa que não fica, ao passo que os reenquadramentos sim. Nós enfrentamos a educação com muita seriedade. Estão querendo fazer batalha política. É muita gente (nessas manifestações) que foi candidato e não teve êxito. É um movimento minoritário, que tem até uns que foram vereadores, outros que tentam ser e não conseguem. Aí elegem isso como cavalo de batalha", disparou.
A coletiva à imprensa foi realizada na sede da Prefeitura, localizada na avenida Brasil, bairro Compensa, zona Oeste de Manaus.
CPI do Fundeb
Na manifestação agendada para esta quarta-feira em frente a Câmara Municipal, professores irão cobrar um posicionamento dos vereadores para a instauração da CPI do Fundeb que investigue como, quando, quanto e onde vem sendo aplicados os recursos do Fundeb.
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