Audiência de instrução do delegado Gustavo Sotero começa nesta quinta-feira (14)
Sotero foi denunciado por homicídio qualificado no processo do assassinato do advogado Wilson Justo Filho, ocorrido na casa de shows Porão do Alemão em novembro de 2017

Começa nesta quinta-feira (14) a audiência de instrução e julgamento do processo do homicídio do advogado Wilson Justo Filho e de três tentativas de homicídio contra Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, esposa de Wilson, Maurício Carvalho Rocha e Iuri José Paiva Dácio de Souza, cuja autoria é atribuída ao delegado da Polícia Civil Gustavo Sotero. Entre vítimas e testemunhas, um total de 18 pessoas serão ouvidas.
A audiência de instrução e julgamento é a fase do processo em que o juiz ouve os argumentos das partes envolvidas e suas testemunhas para solucionar problemas antes de sentenciar. A audiência também prepara o processo para chegar a uma solução adequada, e até propõe acordos em alguns casos.
De acordo com informações da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a audiência está marcada para começar por volta das 9h30 e vai acontecer na sala de audiência da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no fórum Henoch Reis, no bairro São Francisco, Zona Sul.
Ainda conforme a assessoria, a imprensa não poderá assistir à audiência, mas a juíza do caso Mirza Telma de Oliveira disse que no final falará com os repórteres. Além da magistrada, vão participar a defesa do réu, advogados das vítimas, o promotor de justiça Armando do Amaral e testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação.
O crime
O delegado Gustavo Sotero foi denunciado por homicídio qualificado por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa do ofendido. O crime aconteceu dia 25 de novembro do ano passado dentro da badalada casa de rock Porão do Alemão, localizada na Estrada da Ponta Negra. Na ocasião, além de matar o advogado, o delegado feriu outras três pessoas.
Na data do crime em questão, Wilson Justo Filho saiu de casa na noite de sexta-feira para comemorar a compra de um apartamento novo com amigos e a esposa Fabíola. A comemoração acabou com os disparos efetuados pelo delegado. A motivação teria sido o fato de o policial estar dando em cima da esposa do advogado assassinado.
Imagens
Imagens do local do crime mostram que o advogado partiu para cima do delegado lhe desferindo murros no rosto. Sotero sacou a arma que tinha na cintura e atirou várias vezes contra a vítima. Os tiros também acertaram as outras pessoas que estavam próximas.
Defesa
“Embora a defesa esteja convencida de que não houve crime e que o nosso cliente agiu em legítima defesa, vamos solicitar a reconstituição para que não haja nenhuma dúvida de que não houve crime”, disse uma das advogadas do delegado, Carmem Romero.
A advogada defendeu que seu cliente, Gustavo Sotero, não cometeu nenhum crime e que o caso dele se trata de uma “excludente de ilicitude” - uma causa excepcional que retira caráter antijurídico de uma conduta tipificada como criminosa.
“Até o momento ele (Gustavo Sotero) ainda não sabe por que foi agredido. Ele estava ali se divertindo, quando recebeu a agressão e reagiu para fazer cessar”, afirmou Romero. Ainda segundo a advogada de defesa, Sotero não estava “paquerando” ninguém e foi pego de surpresa.