Capela N. Sra do Sameiro terá novamente pinturas feitas por Nelson Falcão
Em novembro, a pintura feita no teto foi apagada inexplicavelmente e surpreendeu o artista e frequentadores da capela situada no bairro Ponta Negra

O artista plástico Nelson Falcão, autor da pintura do teto, paredes e altar da Capela Nossa Senhora do Sameiro, localizada na Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, deverá receber o apoio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) para restauração da obra, que se encontra em processo de tombamento como Patrimônio Cultural do Amazonas. Desde 2011, a arte de Falcão estampava a área interna da capela. No mês passado, a pintura foi apagada inexplicavelmente e surpreendeu o artista e frequentadores da capela.
Após a repercussão do caso, o autor da obra recebeu muitas mensagens de apoio da população, de artistas locais e da SEC. “A secretaria se comprometeu em dar continuidade ao processo de tombamento, mas, para isso, será necessário restaurar a pintura. O Departamento de Patrimônio Histórico junto a equipe de restauro da SEC já se disponibilizaram a realizar a recuperação da obra. Na próxima semana, tentaremos nos reunir com o Comando Militar da Amazônia, responsável pela capela do Sameiro, para propormos o restauro”, revelou Nelson Falcão.
A Capela Nossa Senhora do Sameiro era a única da região Norte com a abóbada pintada a óleo. Na obra, Nelson buscou transcender as questões cronológicas do Antigo e do Novo Testamento. A imagem da ascensão de Nossa Senhora era representada pela padroeira da capela e emoldurada pelos coros angelicais de arcanjos que simbolizam as emanações divinas. O nome sagrado de Deus, Tetragramaton, marcava simbolicamente o início, o fim e o recomeço, enquanto Jesus, retratado fisicamente sob uma perspectiva histórica e com a licença poética do artista, determina o recomeço, o início de um novo ciclo.
Os primeiros esboços para a pintura da abóbada da Capela Nossa Senhora do Sameiro iniciaram em meados de 2005 e, durante este período, o artista abriu mão de ficar com sua família para se dedicar à obra por dias e noites, o que causou sequelas na sua coluna. “Apesar de todo esforço, foi uma experiência extraordinária, que me marcou para sempre o corpo e o espírito”, declarou o artista, que demorou quatro anos para finalizar a obra.