Coveiros paralisam atividades em cemitério da Zona Oeste de Manaus
Trabalhadores reclamam da saída de antigo administrador e da falta de material para trabalhar

Cerca de 22 coveiros e três funcionários administrativos do cemitério Nossa Senhora Aparecida, no Tarumã, na Zona Oeste de Manaus paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (21). Os trabalhadores não concordam com a saída do antigo administrador, conhecido como 'Natan' que é apontado pelos coveiros como um gestor bastante ativo e que lutava pelos direitos da categoria.
Outra reclamação dos coveiros é a falta de material para poderem trabalhar como luvas, botas, enxadas e pás. Segundo os trabalhadores, há cinco meses eles precisam tirar dinheiro do próprio bolso para comprar os equipamentos que são fundamentais para o ofício e prevenção de doenças de pele e micoses.
De acordo com o assessor de imprensa da Semulsp, Coraci Fernandes, foi constatada pela Prefeitura a ausência de material no almoxarifado na antiga gestão municipal e segundo ele, o procedimento licitatório foi realizado e a previsão é de que em 15 dias, o material necessário seja disponibilizado para os trrabalhadores.
Agora à pouco, os coveiros decidiram realizar os sepultamentos de corpos, mas afirmam que não irão abrir novas covas. De acordo com informações dos trabalhadores, existem 101 covas abertas na quadra 63 do cemitério e outras 83 também abertas na quadra 18. Ainda nesta terça-feira(21), os coveiros devem realizar uma reunião com representantes da SEMULSP, Secretaria responsável pela administração dos cemitérios de Manaus para definir o encaminhamento da paralisação.
Em média, são realizados diariamente no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, entre 17 a 20 sepultamentos.
Represálias
Durante a tarde desta terça-feira (21), os coveiros entraram em contato com a nossa equipe de reportagem e informaram que um representante da secretaria esteve no cemitério conversando com a classe sobre a manifestação e os mesmos teriam recebido ameaças se não voltassem ao trabalho.
Entre as advertências estão à possibilidade de perderem a gratificação sobre o aumento de produtividade, benefício autorizado no Diário Oficial do Município (DOM), edição 3147, do último dia 15 de abril. Além de não receberem o salário referente aos dias de paralisação e a transferência dos coveiros envolvidos na manifestação.
Coraci Fernandes negou que haverá represálias contra os servidores públicos e retificou que os materiais de trabalho, alvo da reclamação dos coveiros, serão comprados após a finalização do processo licitatório.
“Vamos finalizar a licitação e logo teremos todos os materiais de trabalho, mas não há nenhuma possibilidade do antigo administrador voltar a trabalhar na coordenação do cemitério. Não faremos qualquer alteração contra eles, até porque alguns já voltaram a trabalhar normalmente agora a tarde”, declarou.
(*) Com informações de Bruna Souza