Dono de lancha é ouvido pela polícia e diz que não viu queda de fisioterapeuta na água
Carmen Alves da Silva, 37, morreu na madrugada do último dia 8, na Ponta Negra. Quatro testemunhas já foram ouvidas e família cobra resposta
Testemunhas que podem ajudar a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) a elucidar as causas da morte da fisioterapeuta Carmen Alves da Silva, 37, começaram a ser ouvidas nesta segunda-feira, 12, na especializa. Nesta terça, outras testemunhas entre elas amigas íntimas da fisioterapeuta, também devem ser ouvidas.
O delegado Ivo Martins informou que quatro pessoas prestaram depoimento: um irmão da vítima, o dono da lancha, e outras duas amigas de Carmen. Ela morreu na madrugada do último dia 8, após cair de uma lancha onde assistia o show de Wesley Safadão, que acontecia na Praia da Ponta Negra.
O dono da lancha, que teve o nome preservado, informou que estava na cabine e não viu o momento em que a fisioterapeuta caiu na água. As amigas, porém, relataram que elas estavam bebendo quando Carmen levantou, pediu ajuda, abraçou uma delas e as duas caíram no rio. Dez minutos depois, a fisioterapeuta foi resgatada pelos bombeiros já sem vida.
No entanto, para Martins, ainda é cedo para afirmar se a fisioterapeuta foi assassinada ou vítima de um acidente. “Precisamos avançar nas investigações, mas já sabemos que ela não morreu afogada porque não tinha água nos pulmões dela. As informações de que ela teria sido esganada e que teria uma fratura no nariz também não procedem”, explicou.
Segundo o delegado, dias antes do ocorrido, Carmen realizou um procedimento estético no nariz. Além disso, a marca encontrada no pescoço da vítima não é compatível a de uma esganadura, pois a mancha estava aparente apenas em um lado. “Como ela tinha feito uma rinoplastia recentemente, pode ser que essa marca seja disso, assim como a lesão do nariz e da orelha. Inclusive ainda havia pontos no nariz dela. Mas vamos aguardar os resultados dos laudos para esclarecer o que realmente aconteceu”, afirmou o delegado.
Ivo Martins disse também que dois exames foram solicitados para auxiliar as investigações. O exame toxicológico deve indicar se Carmen Alves ingeriu alguma substância química antes de cair na água e o exame anatomopatológico deve indicar se ela possuía alguma patologia, ou seja, alguma alteração no organismo. “Os resultados desses exames são muito importantes porque vão nos dar informações técnicas sobre o que houve com ela”, disse.
Perícia
De acordo com o delegado, na última sexta-feira, os investigadores da DEHS localizaram a lancha onde Carmen e as amigas passaram a noite assistindo a um show, na praia da Ponta Negra, e no local coletaram alguns vestígios de sangue e cabelo que foram encontrados na embarcação. Bebidas alcoólicas e outros produtos também foram encontrados no local. O material foi encaminhado à perícia para ser analisado.
Família busca respostas
César Lima, irmão da fisioterapeuta Carmen Lima, foi uma das pessoas que esteve na DEHS, ontem. Ele disse que a fisioterapeuta estava distante da família que eles não conheciam as pessoas que estavam com ela na embarcação, no dia do show. “Ela era uma pessoa muito extrovertida. Eu amava minha irmã. Nós não sabemos o que aconteceu e tudo o que queremos é que isso seja esclarecido para tentar amenizar toda essa angústia”, contou ele. “Nós queremos saber a verdade dos fatos”, completou.
Mistério
Carmen Alves da Silva, 37, foi encontrada morta na última quinta-feira, na praia da Ponta Negra. Ela e algumas amigas assistiam o show do cantor Wesley Safadão em uma embarcação quando Carmen e uma das amigas caíram no rio. A moça foi resgata, mas minutos depois Carmen foi encontrada boiando nas águas do rio Negro, a 10 metros da embarcação em que estavam.