Ex-prefeito de Manaus sobe o tom da discussão sobre a água
Serafim Corrêa, reage duramente à forma como Eduardo Braga se movimenta nesta questão 05/03/2012 às 08:27
As últimas manifestações do senador Eduardo Braga (PMDB) sobre a questão abastecimento de água em Manaus receberam uma resposta mais dura do ex-prefeito Serafim Corrêa (PSB-AM). Em seu programa de rádio, no último sábado, Braga criticou o prefeito Amazonino Mendes (PDT), Serafim Corrêa e o desembargador João Simões, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).
“Ele saiu do Governo, não concluiu a obra que até hoje não está pronta e aproxima-se o período eleitoral. Decidiu, então, fazer o que ele mais sabe, ou seja, ‘agarol”, disparou Serafim Corrêa, em seu blog na Internet sobre as declarações de Braga.
Serafim disse, ainda, que com menos dinheiro, R$ 60 milhões, levou muito mais água para as torneiras das pessoas em Manaus do que Braga, com os mais de R$ 350 milhões investidos no Programa de Abastecimento de Água de Manaus (Proama).
Eleições
A três meses para as convenções que definirão os nomes para as eleições municipais, alguns dos possíveis candidatos à Prefeitura de Manaus, além do atual prefeito Amazonino Mendes, elegeram como bode expiatório a concessionária Águas do Amazonas.
Diante dessa questão, Braga não poupou nem mesmo o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, João Simões, cobrando-o pela demora no julgamento da Ação Civil Pública nº 0121026120-8, proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE-AM), que desde 2003 espera por manifestação do TJ-AM.
Braga, no entanto, disse que espera para esta nesta semana que o juiz responsável pela Ação se manifeste. “Depende apenas do juiz titular da 1ª vara da fazenda municipal julgar. Se quiser, na semana que vem poderá julgar”, disse.
Questionando sobre a resposta do MPE-AM, por não dar continuidade à ação proposta por ele, Braga disse que a interpretação nesse sentido é errada. De acordo com o senador, o MPE-AM aproveitou fatos novos da representação.
“O Ministério Público determina que que três promotorias cuidem dos fatos novos que nós apresentamos em nossa representação: do direito do consumidor, no caso da tarifa social; promotoria de patrimônio publico, no que diz respeito do uso de dinheiro público; e promotoria de direito constitucionais, na questão do saneamento”, argumenta Braga.
A querela jurídico-eleitoral em torno da água levou o prefeito Amazonino Mendes a dizer, no mês passado, que “expulsaria” a concessionária Águas do Amazonas. Depois disso, no entanto, calou-se.
“Ele (Amazonino) também não tem moral alguma para falar de água”, dispara o deputado estadual petista José Ricardo, que a exemplo dos correligionários Waldemir José (vereador) e Francisco Praciana (deputado federal) discutem essa questão.
Amazonino em semana decisiva
Ao inaugurar o complexo viário do São José na última quinta (1º), o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PDT), disse que “já esperei três anos” para se pronunciar sobre o problema de abastecimento de água envolvendo o contrato com a concessionária Águas do Amazonas. E completou, “quando for a hora eu vou falar”, disse.
A espectativa do pronunciamento do prefeito para esta semana é grande. De acordo com a secretária de comunicação do município, e assessora de Amazonino, Celes Borges, o prefeito “poderá” tratar do assunto esta semana.
“Eu conversei com ele sobre isso (declarações de Braga), e ele mesmo disse que já havia esperado três anos. Mas poderá ser essa semana. Mas é dele a decisão”, comenta.
O prefeito disse que iria se pronunciar sobre o Proama e a relação com a Águas do Amazonas depois da semana de Carnaval. Iniciado o mês de março, Amazonino, no entanto, continua calado. Foi na sua gestão como governador em 2000, que a Cosama foi privatizada por R$ 185 milhões.
Obra milionária e parada
O que se comenta nos bastidores das eleições municipais de Manaus, é que a maior preocupação do senador Eduardo Braga (PMDB), neste momento é não deixar que o Programa Água para Manaus (Proama), se transforme em um elefante branco e seja usado pelos adversários durante a campanha contra ele.
Construída ao custo de R$ 353 milhões, divididos entre R$ 120 milhões do Governo do Estado e R$ 233 milhões de convênios com a Caixa Econômica Federal, o Proama está pronto, para o grupo de Braga, e está inacabado na opinião dos demais pré-candidatos e adversários.
“Eu como governador trabalhei para resolver o problema de água. Está aí o Proama pronto”, defende Braga.
“Não está pronto. Tanto que até hoje o Governo não o colocou em uso. Pra isso ficar pronto tem que gastar mais R$ 20 milhões na rede de distribuição. Como ele vai vender água sem está ligada?”, rebate Serafim.
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