Movimentos estudantis, entidades sindicais e partidos de oposição também participaram do 27º Grito dos Excluídos e Excluídas, realizado na tarde desta terça-feira (7), no Largo Mestre Chico
(Foto: Maria Luiza Dacio)
Com faixas questionando a inação do governo federal em relação à pandemia, lembrando as mortes pela Covid-19, em favor da floresta em pé e pedindo a demarcação de territórios indígenas, bem como a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), movimentos sociais levaram as suas causas para o Largo Mestre Chico, zona Centro-Sul, no Grito dos Excluídos e Excluídas, na tarde desta terça-feira (7).
Convocado pela Arquidiocese Metropolitana de Manaus, o evento ocorre há 27 anos, mas nas últimas edições havia um distanciamento dos movimentos populares que nessa edição voltaram a luta em prol das causas sociais em comunhão com a Igreja Católica.
Foto: Maria Luiza Dacio
Levante estudantil
A vice-presidente da União Estadual dos Estudantes no Amazonas (UEE-AM), Rayane Garcia disse que a unificação dos atos ocorre em prol do povo brasileiro e dos direitos perdidos nos pouco mais de dois anos e meio de governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), período esse em que os levantes estudantis sempre estiveram a frente de manifestações contrárias ao governo federal.
Foto: Maria Luiza Dacio
"A gente compreende que todo o povo brasileiro vem sofrendo. Boa parte das nossa população passa fome, está desempregada, não tem acesso à educação e a vacinação. É essencial nesse momento que estamos vivendo na pandemia, unificar esses atos já que a gente tem as mesmas pautas", declarou a estudante.
Luta pela vida
Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina, afirmou que a pauta da vida conclamada pela Igreja é a atual causa pela qual os profissionais da Educação vem lutando como o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 32.
Foto: Maria Luiza Dacio
"Nada mais atual para nós trabalhadores da Educação que lutamos tanto pela manutenção das nossas vidas e o tema do Grito [dos Excluídos] é esse: vida em primeiro lugar. Nós lutamos pelos nossos alunos e por nós. Infelizmente esse governo é o governo que mais massacrou os trabalhadores e os trabalhadores do serviço público. Nós aqui estamos gritando que não dá para ficar dessa maneira", disse a sindicalista.
União de classes
Quem também esteve presente no local foram às Frentes Fora Bolsonaro e Brasil Popular, um dos líderes, Yann Evanovick, ressaltou a importância do ato para dar voz aos menos favorecidos principalmente no momento de alta dos preços de produtos básicos.
Foto: Maria Luiza Dacio
Yann destacou ainda o comportamento segregador do presidente da República que ao invés de pacificar a nação, enfatiza o discurso de ódio entre os brasileiros.
"Esse ato é um ato de unidade. Acho que o Brasil precisa de união. Chega de divisão no meio das famílias", disse Evanovick.
O evento
O Grito dos Excluídos segue ocorrendo nas proximidades do Igarapé do Mestre Chico. Na ponte que corta a Avenida Sete de Setembro foram estendidas duas grandes frases com os dizeres: 'Amanhã da Amazônia é agora' e 'Revolta pela Vacina'.
Foto: Maria Luiza Dacio
Movimentos populares, líderes de pastorais católicas, indígenas e imigrantes realizam discursos onde citam suas pautas. Também estão presentes partidos políticos ligados à esquerda como o PSTU, PT, Psol e PCdoB. Durante os discursos, vários apoiadores do presidente Bolsonaro passaram em carros e motos gritando ofensas contra os manifestantes.