Aspirante disse que estava correndo atrás de bandidos e que, por conta do seu carregador da pistola ter caído no chão, ele sacou a submetralhadora e disparou na direção de um dos suspeitos, mas acabou atingindo Ana Cristina Viana
(Ana Cristina foi morta enquanto caminhava na avenida Beira Mar, Coroado 3)
Acabou o mistério de quem seria o autor do tiro que matou matou a funcionária pública Ana Cristina Ferreira Viana, 49, na manhã de ontem (25). Um dos policiais militares ouvidos à noite no Comando Geral da PM admitiu ter dado o tiro que acertou a vítima durante confronto com bandidos na avenida Beira Mar no bairro Coroado 3. Ele ficou preso durante a tarde e seguiu detido após a confissão.
O presidente do Departamento de Justiça e Disciplina da PM, coronel Hidelberto Barros, confirmou a confissão, mas não quis informar o nome do aspirante que confessou ter dado o disparo fatal. O policial está lotado na 11ª Cicom.
Durante seu depoimento, realizado na noite de ontem, o aspirante à oficial da PM disse que estava correndo atrás de suspeitos e que, por conta do seu carregador da pistola ter caído no chão, ele sacou a submetralhadora e disparou na direção do suspeito, e que acabou atingindo Cristina.
Ele confessou também que omitiu a informação porque estava com medo do que poderia acontecer com ele após o caso. Conforme o coronel, o aspirante irá responder por homicídio simples.
Entenda o caso
A funcionária pública Ana Cristina Ferreira Viana, 49, saía todos os dias para caminhar às 5h30 da manhã. Às 6h30 ela retornava e às 7h seguia para o trabalho. Na manhã de ontem, a rotina dela foi interrompida, após levar um tiro fatal na garganta, na avenida Beira Mar, bairro Coroado 3, Zona Leste.
Cristina foi levada às pressas para o HPS João Lúcio por militares da 11ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), segundo informou a filha Jéssica da Silva, de 19 anos. Porém, o genro da vítima, o mecânico Kelton Oliveira, 40, falou com PMs na unidade hospitalar e os mesmos não souberam informar o que havia acontecido. “Eu achei estranho o fato da polícia estar lá e, quando fui perguntar, disseram que não aconteceu nada, mas a recepção informou que quem a trouxe foi a polícia”, explicou.
Segundo vizinhos que não quiseram ser identificados, o fato ocorreu durante troca de tiros entre policiais e bandidos, no local do crime.
Uma investigação foi aberta na Corregedoria Geral de Secretaria de Segurança Pública (SSP) para verificar se o tiro que vitimou a funcionária pública partiu de um policial militar da 11ª Cicom ou de um bandido.
O corregedor-geral adjunto, Julio César Queiroz, afirmou que está acompanhando o caso. Até o início da noite, essa era a dúvida. “Como há essa suspeita, nós estamos acompanhando junto à Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da Polícia Militar que está colhendo depoimentos para saber se há envolvimento ou não dos policiais”, disse, à tarde.
MISTÉRIO ATÉ A NOITE
O mistério sobre a morte permaneceu até a noite permaneceu até a noite . Por telefone, o corregedor auxiliar da PM, coronel Euler Cordeiro, informou que o todas as armas usadas pelos militares da guarnição estavam sendo periciadas. Ele afirmou que o aspirante, comandante da viatura e que não teve o nome revelado, estava preso porque omitiu informações.
“Ele omitiu, dizendo que portava apenas uma pistola, enquanto na verdade ele estava também com uma sub-metralhadora”.
Só depois, mais tarde, o aspirante confessou o crime.
Segundo o corregedor adjunto, o Centro de Integrado de Operações de Segurança (Ciops), central de registros da Secretaria de Segurança Pública (SSP), não foi sequer informado sobre a ocorrência policial na avenida Beira Mar.
Os policiais que se envolveram no caso foram ouvidos no Comando Geral da PM.