Pró-Menor Dom Bosco: novo local para continuar com missão social
Projeto direcionado para jovens em vulnerabilidade social saiu do bairro Alvorada 2, Zona Centro-Oeste de Manaus, para se fixar no bairro Zumbi, Zona Leste da capital. O diretor da instituição, padre Felipe Bauziére lidera três frentes de trabalho: Menos aprendiz, Sonhar com futuro e Construir o futuro
O Projeto Pró-Menor Dom Bosco não fechou as portas, apenas mudou de endereço. Saiu do bairro Alvorada, na Zona Centro-Oeste de Manaus, onde funcionou por 38 anos, e foi para o Complexo Dom Bosco, no bairro Zumbi dos Palmares, na Zona Leste da capital. Os cursos profissionalizantes e sociais já estão acontecendo no novo endereço desde dezembro de 2019. Atualmente, o Pró-Menor alcança 1.100 alunos, entre adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Embora não ofereça mais o ensino regular desde o início da década passada, o Pró-Menor segue ofertando cursos variados a adolescentes e jovens, que vão da socialização à preparação para o mercado do trabalho. São basicamente três frentes de trabalho: o Menor Aprendiz, com 700 jovens matriculados; o Projeto Sonhar Futuro, voltado a adolescentes de 12 a 14 anos, atualmente com 80 alunos; e o Projeto Construir Futuro, que tem alcançado 320 jovens de 14 até 21 anos.
Os três projetos oferecem cursos variados que não apenas preparam os jovens para o mercado como também transmitem valores humanos, como a solidariedade, a generosidade e a amizade. Entre os cursos que podem durar de seis meses a um ano estão informática, ética no trabalho, redação, matemática, raciocínio lógico, música, reforço escolar, esportes, mecânicas de motos e de automóveis, entre outros.
De acordo com o padre Felipe Bauzière, diretor do Pró-Menor Dom Bosco, a inserção dos projetos desenvolvidos pelo Pró-Menor, no bairro Alvorada, trouxe muitas melhorias para o entorno, contudo, foi necessário mudar de endereço para poder alcançar mais jovens em situação de vulnerabilidade social, que vivem nos bairros das Zonas Norte e Leste da capital.
1.100 adolescentes e jovens que participam de cursos profissionalizantes e sociais no Projeto Pró-Menor Dom Bosco, que desde dezembro de 2019 funciona no bairro Zumbi dos Palmares, na Zona Leste, após 38 anos no bairro Alvorada, na Zona Centro-Oeste. Foto: Arquivo Pessoal
“Quando o Pró-Menor chegou no Alvorada, o bairro era conhecido como ‘Cidade das Palhas’ e era de uma pobreza imensa. Com o tempo, percebemos que a Zona Centro-Oeste de Manaus melhorou muito socialmente. Hoje em dia percebemos que a maior demanda social da cidade se encontra nas zonas Leste e Norte. Por isso, trouxemos o Projeto para cá. A nossa missão é pessoas necessitadas. Por conta disso, vamos onde elas se encontram”, explicou.
As matrículas no Projeto Pró-Menor são feitas através de um criterioso processo seletivo, feito em parceria com diversas entidades sociais, que encaminham jovens que necessitam de um apoio social. “Quando o processo seletivo era aberto ao público, o Pró-Menor chegava a receber 4 mil inscrições, o que demandava um árduo trabalho de triagem”, explicou Bauzière.
Apesar do endereço novo, os programas que já estavam sendo desenvolvidos no bairro Alvorada seguem normalmente, como o Família Solidária, que oferece apoio (financeiro e social) para famílias de baixa renda.
Valores humanos e acolhimento
O complexo que abrigou o Pró-Menor Dom Bosco no bairro Alvorada por 38 anos não pertence mais ao projeto, mas ficaram as boas recordações e os valores passados ou no ensino regular ou em alguns dos cursos oferecidos pelo Projeto. O jornalista Robson Adriano, 27, e a radialista Leomara Duarte, 29, estudaram na mesma turma de informática administrativa em 2008 e lembram com carinho do lugar.
“O que eu levei para vida foi o amor e respeito ao próximo. O Pró-Menor não era só uma escola de curso profissional, era também uma escola de vida que ensinava valores e nos preparava para a vida’’, lembrou Leomara.
Para Robson Adriano, o Pró-Menor é sinônimo de boas lembranças por ter feito amigos com quem convive até hoje. “Foi por meio do Projeto que consegui o meu primeiro emprego como menor aprendiz em uma empresa do Distrito Industrial. Quando somos adolescentes, pouco pensamos sobre o que queremos profissionalmente, mas no Pró-Menor aprendi a ter responsabilidade, disciplina e maturidade para encarar o mercado de trabalho’’, disse.
Robson também fez questão de lembrar com carinho que o instituto sempre respeitou as diferenças de todos os alunos e atendia a todos que procuravam auxílio. “O Pró-Menor também é sinônimo de acolhimento", disse.