Professores prometem suspender aulas nos próximos dias 23 e 24
O anúncio foi feito em uma ação coordenada pela Associação de Professores e Luta de Manaus (Asprom), que atua de forma independente do Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado do Amazonas (Sinteam)

Aproximadamente 50 professores se reuniram na manhã desta quinta-feira (16) em frente a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), para discutir as reivindicações da categoria – entre elas o aumento salarial (15%) e o cumprimento da Lei nº 11.738/08 que determina um piso de R$1.451.
Durante a mobilização, os educadores sinalizaram uma paralisação nas escolas da rede estadual e municipal nos próximos dias 23 e 24 deste mês. Uma audiência pública sobre as reivindicações deve ser realizada na CMM em junho.
A ação é coordenada pela Associação de Professores e Luta de Manaus (Asprom), que atua de forma independente do Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e foi, segundo os organizadores, realizada em frente da ALEAM com o objetivo de chamar a atenção das autoridades. Após a reunião, os professores decidiram que no próximo dia 23, a categoria irá acampar nas escolas municipais e estaduais e no dia 24, todos irão se reunir em frente à sede do governo, localizada na avenida Brasil, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.
De acordo com um dos diretores do movimento, o professor Gerson Priante, a classe não aceita a proposta do Governo do Estado e Sinteam, que prevê aumento de 6% do piso salarial nos próximos meses, mais 2% no mês de outubro e o restante, de um total de 15%, ao longo de dois anos.
“Nós queremos o aumento de 15% agora e não de acordo com a proposta do governo de dar apenas 6% e o restante depois. A categoria não reconhece a autoridade do sindicato por estar do lado do governo”, declarou.
Segundo o educador, os representantes da associação estiveram na Câmara Municipal de Manaus (CMM), na sede do Governo do Amazonas e na ALEAM, buscando apoio para a ação dos parlamentares, porém, não obtiveram respostas. “Apenas três vereadores de oposição ao governo nos apoiaram. O professor Bibiano conseguiu para o dia 5 de junho, uma audiência pública com os outros parlamentares da Câmara Municipal. Enquanto não recebemos respostas favoráveis as nossas reivindicações, vamos continuar com o movimento independente”, relatou.
Nota Seduc
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou, por meio de nota, que o órgão vem estabelecendo uma agenda de reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), órgão legítimo de representação dos educadores do Estado. Ainda de acordo com a Secretária, está em curso a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da classe e nesta revisão estão previstos correção salariais e também a implementação gradativa das Horas de Trabalho Pedagógico (HTP).
Com relação à principal reivindicação dos manifestantes – o pagamento pelo Estado do Piso Salarial para a categoria – a Seduc esclareceu que o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu, o piso salarial nacional dos professores em R$ 1.451,00 para uma jornada de 40 horas semanais. A Secretaria informou que o Governo do Amazonas paga ao professor da rede estadual, para a mesma carga horária, o salário de R$ 2.690,00.
Sobre a possível paralisação de professores na capital, a Seduc informa que desconhece a proposta, uma vez que o órgão não foi comunicado pelo Sinteam.