Vigilante denuncia que foragido da Vidal Pessoa usava nome falso
O foragido usava o nome de Eliel Façanha, que jamais cometeu crimes. Provavelmente ele roubou um documento do vigilante e usava o nome dele para escapar se livrar de acusações
Um erro de sistema na Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) está causando transtornos para o vigilante Eliel de Souza Façanha, 34. Ele denuncia que um dos detentos que fugiu da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, no último domingo (8), estava usando o nome dele indevidamente. O problema se tornou mais grave porque, segundo Eliel Façanha, a Justiça já havia sido comunicada sobre a falha. Ele pretende processar o Estado.
A falsa identidade do detento – que para a Seap se chama “Eliel Façanha” e na verdade é Elenilson Assunção de Lima – foi descoberta em outubro do ano passado. O vigilante contou que descobriu a existência de um processo por roubo majorado no nome dele ao consultar o andamento de outra causa judicial. “Eu estava processando uma empresa por me cobrar um dívida que não existia. Ao consultar o processo, descobri que tinha esse processo criminal contra mim e imediatamente procurei o Fórum Henock Reis para entender o que estava acontecendo”, explicou o verdadeiro Eliel.
Segundo o vigilante, no fórum ele detectou que o acusado do crime de roubo, na verdade, era um “amigo de infância” que se aproveitou de algum documento e falsificou a identidade. “A gente jogava bola juntos, então sempre pegávamos uma cópia da identidade dos colegas. Acredito que um dia desses, ele roubou um documento meu e vinha usando o meu nome”, disse ele.
Uma acareação com um juiz chegou a ser feita, ainda em outubro passado, entre o Eliel e o detento, e Elenilson confessou que estava usando nome falso. Na época, a Justiça retirou o nome do vigilante do processo e comunicou a Seap para que a mudança fosse feita, o que não ocorreu. “Tudo indica que na Secretaria o meu nome não foi trocado. Agora posso ser confundido com um foragido, mesmo sendo inocente”, disse o vigilante, preocupado com a situação.
A preocupação de Eliel é que a falha também o prejudique no mercado de trabalho. “Eu fui dispensado no fim do ano passado e nem soube o porquê. Talvez essa confusão com o meu nome tenha prejudicado ou posso me prejudicar daqui para frente, foragido continuar usando o meu nome”, destacou. Eliel também disso que pretende entrar com uma ação contra o Estado por causa da falha.
Sem resposta
A CRÍTICA tentou contato com a secretário da Seap, Pedro Florêncio, mas ele não atendeu as ligações. A reportagem também tentou contou por e-mail, mas até o fechamento da edição não obteve resposta da secretaria.