Bruno e Dom

Comissão ouve na quinta-feira Beatriz Matos, mulher do indigenista Bruno Pereira

O líder indígena e ex-coordenador da União dos Povos Indígenas do Vala do Javari (Univaja) Jader Marubo também deverá ser ouvido pelo colegiado

Agência Senado
13/07/2022 às 11:16.
Atualizado em 13/07/2022 às 11:16

(Foto: Arquivo Pessoal)

Beatriz Matos, mulher do indigenista Bruno Pereira, assassinado no Vale do Javari (AM) ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, em 5 de junho, deverá ser ouvida nesta quinta-feira (14), às 10h, em audiência pública da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte. Será a quarta reunião do colegiado.

A audiência pública interativa tem a finalidade de obter informações sobre a crescente criminalidade na região do Vale do Javari e sobre a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai). Para isso, os integrantes vão ouvir as famílias das vítimas e fiscalizar as ações do governo em relação aos casos.

O líder indígena e ex-coordenador da União dos Povos Indígenas do Vala do Javari (Univaja) Jader Marubo também deverá ser ouvido pelo colegiado. A comissão é presidida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que fez o convite a Marubo.

“Desde o início do governo Bolsonaro foram denunciados o desmantelamento do aparelho estatal de repressão à criminalidade ambiental, de proteção às minorias, bem como os ataques incessantes contra a imprensa, contexto que está intimamente relacionado com o caso de Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips”, afirma Randolfe, na justificação do requerimento de instalação da comissão.

Na última reunião, os senadores aprovaram o relatório sobre a diligência realizada em Atalaia do Norte (AM) e Tabatinga (AM) por integrantes da comissão, em 30 de junho. No texto, do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o colegiado pediu à Justiça Federal e ao Ministério Público a federalização das investigações.

Randolfe afirmou que os senadores constataram o abandono do Vale do Javari pelo Estado brasileiro. Uma situação traduz, segundo ele, uma política deliberada do atual governo de desmonte das estruturas de fiscalização na Amazônia.

— Ficamos particularmente impressionados com as ameaças que existem aos povos indígenas isolados e aos povos indígenas como um todo. O Estado, por opção, deixou de existir no Vale do Javari. Não existe Ibama, os indigenistas são ameaçados, o contingente da Polícia Federal é pequeno. A Amazônia foi liberada para todos os tipos de crimes, foi entregue a criminosos — lamentou Randolfe.

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