Segundo Fieam, empresas que atuam na Zona Franca de Manaus (ZMF) já estão buscando formas de se adaptar ao momento para evitar o desabastecimento
Com a seca, as embarcações precisam diminuir a velocidade de navegação (Foto: Divulgação / Sindarma)
O setor industrial do Amazonas avalia já haver um aumento de aproximadamente 40% a 50% no custo do transporte de insumos e distribuição de produtos do Polo Industrial de Manaus, devido ao período de estiagem severa que vive o Amazonas e atinge o Rio Madeira.
A indústria amazonense está em um momento de intensificação da produção natalina, que começa no mês de setembro e se estende até dezembro, com distribuição para todo o país.
Segundo Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), empresas que atuam na Zona Franca de Manaus (ZMF) já estão buscando formas de se adaptar ao momento para evitar o desabastecimento.
O Centro de Indústrias do Amazonas (Cieam) também alerta que, com a seca, as embarcações precisam diminuir a velocidade de navegação, o que tem causado filas no Canal do Panamá.
Segundo Augusto César, coordenador da comissão logística do Cieam, o grande impacto desse período é o aumento do custo, que consequentemente é repassado ao consumidor.
Além disso, o especialista deu a informação que há uma preocupação com os quatro primeiros meses de 2024, que é o período de recuperação do setor da vazante. Se a seca intensificar ainda mais, Ele acredita que deveria haver um desdobramento que desse uma alternativa a esse problema.
O Rio Madeira é um dos mais importantes para a navegação no estado e enfrenta a vazante. Segundo dados da Defesa Civil do Amazonas até o dia 20 de setembro, o afluente em Humaitá está a apenas 1,26 m de atingir a marca histórica do município (8,33 m) e Nova Olinda do Norte atingiu o nível de 10,62 m - a apenas 3,32 m para atingir a menor cota já registrada (7,30 m).
A navegação nesse período fica prejudicada, colocando em risco as embarcações que podem ficar encalhadas em bancos de areia, principalmente em viagens noturnas quando a visibilidade fica menor. Já há embarcações que estão reduzindo a quantidade de cargas transportados para evitar os incidentes.
O presidente da Fieam afirmou que todo o setor está preocupado com as consequências que essa vazante pode trazer para a industria.