Amazonense disputa a competição pela primeira vez e irá lutar na categoria até 60kg, na classe J1 (cegos totais)
Elielton Oliveira vai competir na categoria até 60kg na classe J1 (Foto: Renan Cacioli / CBDV)
O judoca amazonense Elielton Oliveira entra em ação para disputar, pela primeira vez, os Jogos Paralímpicos a partir das 4h (horário de Manaus) desta quinta-feira (5). Ele compete na categoria até 60kg na classe J1 (cegos totais). Atual segundo colocado do ranking mundial, o brasileiro começa a competir a partir das quartas de final, pegando o vencedor da luta entre Abdelkader Bouamer, da Argélia, e Vitoon Kongsuk, da Tailândia.
Caso vença na estreia, Elielton enfrentará o vencedor da luta entre Miguel Vieira, de Portugal, e Juanedi, da Indonésia. O número 1 da categoria de Elielton é o indiano Kapil Parmar, um dos atletas que Elielton cita como principal adversário na categoria. Além dele está o iraniano Seyed Meysam Abadi.
Sobre os principais adversários, por exemplo, eles decidiram a categoria J1 até -60k nos Jogos Asiáticos, que aconteceu em Hangzhou, na China, e o iraniano levou a melhor. O indonésio Junaedi, que está do lado da chave de Elielton, foi bronze.
Mas se pela frente, Elielton terá adversários cascudos, o brasileiro também batalhou muito para chegar longe em Paris. Na seleção brasileira desde 2022, o amazonense foi Prata na categoria até 60kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; prata no Pan-Americano de Judô do Canadá 2022. Além disso, ele conquistou medalha de ouro no Grand Prix de Almada, em Portugal, em 2023, e prata no Grand Prix de judô paralímpico de Antalya (Turquia), em 2024.
Aos 28 anos, Elielton disputará os Jogos Paralímpicos pela primeira vez na carreira, que começou em 2014 ainda em Manaus. Após morar por sete anos na Vila Olímpica, ele decidiu mudar de cidade em busca de mais chances do esporte e por conta da logística das viagens para competir. Hoje ele vive em São Paulo, onde se dedicou para realizar o sonho que começa na madrugada desta quinta-feira.
Nascido em Manaus, o atleta cresceu no bairro Tancredo Neves, zona Leste da capital amazonense. Aos 12 anos, ele perdeu a visão após levar um tiro na cabeça, que o fez perder o globo ocular. Foi no esporte que ele encontrou uma ocupação, e uma chance para abandonar o vício em álcool e entorpecentes. E além do esporte, a amizade com o também judoca Marlison Duarte, que começou ainda na capital amazonense, e dura até hoje, em São Paulo, o ajudaram a chegar em Paris.
Na Arena Campo de Marte, o judô paralímpico vive a expectativa de conquistar o melhor desempenho da história em uma edição. Até hoje, o recorde aconteceu em Pequim 2008, quando o Brasil ganhou um ouro, com Antônio Tenório – o último de um atleta da categoria masculina para o país –, duas pratas, com Karla Cardoso e Deanne Almeida, e dois bronzes, com Michelle Ferreira e Daniele Silva. Na última participação, em Tóquio, foram três medalhas: ouro, com Alana Maldonado – a primeira de uma judoca na história –, e dois bronzes, com Lúcia Araújo e Meg Emmerich.
Para quebrar a marca de Pequim, o Brasil contará com a maior quantidade de judocas em todas as edições: 15. O país estará representado em 14 das 16 categorias presentes no programa da modalidade. Em Tóquio, foram nove atletas.