CENSO 2022

IBGE Amazonas rebate questionamentos de prefeitos a respeito do Censo: "adotamos a transparência"

Prefeitos teriam questionado dados do IBGE que apontam para a diminuição da população em algumas cidades. Segundo superintendente do órgão, novas tecnologias e metodologia de trabalho comprovam controle e transparência de dados apresentados até o momento

Michael Douglas
online@acritica.com
07/01/2023 às 11:16.
Atualizado em 07/01/2023 às 11:16

Segundo Ilcleson Mendes, superintendente do IBGE no Amazonas, método de trabalho e novas tecnologias garantem a transparência do Censo 2022 (Foto: Junio Matos)

Com pouco mais de 90% da população do Amazonas recenseada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem como plano finalizar ainda em janeiro de 2023 as coletas do Censo 2022. De acordo com Ilcleson Mendes, superintendente do IBGE no Amazonas, atualmente o órgão está trabalhando em um processo de busca por aqueles que ainda não responderam o questionário.

“Estamos apresentando uma boa produtividade, tanto que isso nos permitiu chegar no final de 2022 com a coleta basicamente concluída no Estado do Amazonas. O que estamos fazendo agora é um trabalho de rescaldo com foco na garantia das informações. Primeiro criamos o número 137, que é para aquelas pessoas que não foram recenseadas - ou que não estavam em casa no dia que o recenseador passou por lá - e também estamos revisitando os domicílios em que não conseguimos falar com os moradores ou aqueles que não quiseram responder. Isso é algo que está sendo realizado, especificamente, em Manaus. No interior do Amazonas a coleta está praticamente concluída”, relata Ilcleson.

De acordo com o IBGE, cerca de 90% da população estimada do Estado foi recenseada e cerca de 96% dos setores censitários já concluídos. Com grande parte do interior do Estado já recenseado, a principal dificuldade encontrada atualmente está na capital, principalmente na busca por moradores de condomínios.  

De acordo com a última estimativa publicada pelo IBGE, o Amazonas tem atualmente 3.952.262 habitantes, sendo que Manaus possui grande maioria deste total, com 2.054.731 milhões de habitantes. Esses dados apontam para uma redução de 316.437 habitantes na comparação entre a estimativa do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2022. Segundo o superintendente do órgão, a diminuição da população não chega a ser uma novidade.

“Para nós não houve uma surpresa com a população recenseada menor do que a população estimada. Primeiro porque é importante a gente entender que o Censo demográfico é diferente de uma estimativa, que são cálculos estatísticos que tem alguns parâmetros próprios e que é realizado anualmente, mas o Censo é quem vai a campo e efetivamente fala com as pessoas, então não dá pra fazer essa comparação. Também é importante se falar que a gente tem visto um processo de envelhecimento dentro da nossa população, e um os fatores causadores disso é que as famílias estão tendo menos filhos, e dados do censo estão mostrando isso, que a média dos moradores por domicilio está reduzindo”, opina.

A redução de pessoas no Amazonas fez com que o prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (União Brasil), que também presidente a Associação Amazonense dos Municípios (AAM), questionasse o método adotado pelo IBGE. No entanto, Ilcleson Mendes aponta que a fórmula adotada pelo órgão para a coleta dos dados acaba por refutar tais questionamentos.

“A medida que o tempo passa, e que a gente executa esse trabalho de coleta de dados, a gente vai incorporando novas tecnologias, ferramentas e instrumentos que nos permitem fazer o controle e acompanhamento do trabalho de nossos recenseadores. Temos hoje, os endereços e coordenadas de todos os locais visitados pelos recenseadores, temos o percurso que eles fazem para chegar até os munícipios, tudo em tempo rápido. ao fazer a comunicação dos dados, isso já fica disponível nos nossos sistemas, podendo assim verificar se houve uma falha de cobertura ou não, e havendo a frente retorna ao campo para fazer a correção. Ou seja, são instrumentos que dão mais robustez ao nosso trabalho, e que permitem que os dados coletados reflitam a realidade das nossas cidades”, afirma Ilclesson.

Ainda segundo o superintendente do IBGE, todos os prefeitos e demais políticos tiveram a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho de coleta de dados do órgão, podendo assim questionar e fiscalizar o trabalho. Foram feitas reuniões, a cada etapa do Censo, com órgãos, moradores e organizações da sociedade civil.

“A gente não tem receio nenhum de mostrar o nosso trabalho, pelo contrário, adotamos a transparência do início ao fim deste processo e adotamos todas as medidas necessárias para que ele reflita muito bem as realidades das nossas cidades. Já participei de diversas reuniões pelo Estado do Amazonas, e até o momento não tivemos qualquer indício de falha de cobertura nos nossos municípios que justifique esse questionamento ao decréscimo da população”, finaliza o superintendente do IBGE.

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