Informações são do Relatório de Mortes Violentas de LGBT+. Amazonas também ocupa a 10º posição da lista de lugares com mais homicídio de pessoas Trans, segundo o Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais publicado em 2022
Atriz e ativista social Manuella Otto foi assassinada no dia 13 de fevereiro de 2021 dentro de quarto de motel, no Centro de Manaus (Arquivo Pessoal)
O Brasil é pela 14ª vez o país que mais mata pessoas trans no mundo, segundo o Relatório de 2021 da Transgender Europe (TGEU), que monitora dados globalmente em parceria com instituições Trans e LGBTQIAP+.
De acordo com o documento, no Brasil, entre outubro de 2020 e setembro de 2021 foram registradas 125 mortes. As mulheres são as maiores vítimas de transfeminicídio. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) no Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais publicado em 2022, coloca o estado do Amazonas na 10º posição na lista de lugares com mais homicídio de pessoas Trans, com quatro notificações.
Quem investiga?
Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que de transfobia, homofobia, são investigados pela Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops). Não existe em Manaus unidade policial específica para esses crimes.
Também procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) não retornou com os dados estatístico sobre homicídios de transsexuais e travestis em Manaus.
Jeremias foi preso preventivamente no dia 18 de fevereiro daquele ano. A defesa tentou um habeas corpus para que ele respondesse pelo crime em liberdade o que foi negado pela ministra Lurita Vaz do Superior Tribunal de Justiça em decisão do dia 17 de dezembro de 2021.
O processo sobre a transfeminicídio de Manuella Otto corre em segredo de Justiça. Por meio de nota, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) informou que agora réu, Jeremias da Costa Silva, por meio de decisão em 1ª instância, vai à Juri Popular. A defesa ingressou com recurso e o pedido aguarda análise em 2ª instância. “Após transitar em julgado e havendo a manutenção da pronúncia, o processo será pautado para julgamento em plenário”, informou o TJAM.
Saúde
De uma iniciativa idealizada pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA), movimentos sociais e SES-AM, surgiu o ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros da Policlínica Codajás, localizada no Cachoeirinha, zona Sul da cidade. O lugar possui 600 clientes LGBTQIAP+ cadastrados e que realizam atendimento e acompanhamento com multiprofissionais.
Desde a inauguração, em 2017, 693 pessoas já foram atendidas, sendo 340 homens trans, 329 mulheres trans e 14 não binários. O ano de 2022 teve um crescimento de 119% no número de atendimentos em relação ao ano anterior, com 211 pessoas atendidas. Os dados são da Secretaria Estadual de Saude do Amazonas (SES-AM).
Empregabilidade inexistente
Outro dado inexistente é de quantos transgêneros estão empregados no mercado formal e quanto estão em situação de desemprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não ramifica a pesquisa para essa população.
Em 2022, 1.113 mil profissionais foram empregados pelo site em todo o Brasil. Qualquer pessoa trans pode cadastrar o currículo na plataforma, incluindo trans de Manaus.