Varejo registrou crescimento de 50% na venda de ventiladores e de 40 na de aparelhos de ar condicionado desde o mês passado
A gerente Nazareth Garcia declarou que houve aumento na procura de ar-condicionado do modelo split no valor de R$ 3.129 mil (Foto: Paulo Bindá)
As altas temperaturas que assolam Manaus nas últimas semanas elevaram à procura por aparelhos de ar-condicionado e ventiladores no mês de agosto e inicio de setembro. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Manaus em comparação com o mesmo período do ano passado houve crescimento de 50% na venda de ventiladores e 40% de condicionadores de ar, seja o tradicional de janela ou o modelo split.
O presidente da CDL Manaus, Ralph Assayag, detalhou que para os ventiladores a estimativa de venda girava em torno de 35% e para os ares-condicionados era 25% no verão amazônico. Os aumentos nas vendas ultrapassaram as expectativas da entidade. Assayag avaliava que em setembro o clima iria ficar ameno, mas para ele segue a mesma tendência de calor vista em agosto o que força residências e empresas a tentarem amenizar a temperatura nos ambientes.
As vendas
Nesta sexta-feira (8) o acrítica.com esteve na avenida Eduardo Ribeiro, bairro Centro, zona Centro-Sul de Manaus e visitou lojas de eletroeletrônicos. A gerente Nazareth Garcia declarou que houve aumento na procura do split no valor de R$ 3.129 mil, que varia de acordo com a Unidade Térmica Britânica (BTUs), e também os modelos de janela de R$ 1.649 mil o de 7.500 BTus.
O condicionador de ar modelo split, apesar de mais caro, é o mais procurado nas lojas de Manaus (Foto: Paulo Bindá)
“Os ventiladores tem saídas, mas nem tanto, pois os clientes preferem o frio para resfrescar. Tem bastante saída dos modelos split, somente na última sexta-feira (1º) eu vendi 14 aparelhos. Isso se dá pelo processo de instalação que não leva tantos fios segundo os clientes contam. Essa é uma média por dia de venda”, declarou Garcia, que trabalha em uma loja de uma rede local de eletroeletrônicos e móveis.
Em outra loja visitada pela reportagem, que pertence a uma popular rede de varejo de móveis e eletrodomésticos nacional, a procura pelos aparelhos também segue em alta. Os condicionares de ar modelo janela custam R$ 1.570 mil e os modelos split, R$ 2.169.
“Os que tem mais saída são o de 10 mil BTUs, vendemos em média de dois a três aparelhos por dia. A facilidade de comprar no carnê ou no crediário próprio da loja também facilita a compra”, explicou Carlos Viana, vendedor da loja.
Ei, tá muito quente!
Para se refrescar e tentar driblar o calor vale de tudo nas ruas do Centro, desde sombrinhas que custam R$ 20 a pequena e R$ 25 a grande, garrafa de água comercializada ao preço de R$ 2 nas bancas espalhadas ao longo da avenida Eduardo Ribeiro e até um bom copo de limonada com gelo vendido na esquina da via com a rua Saldanha Marinho, aos preço de R$ 4 o copo de 200ml, R$ 5 (250ml) e R$ 7 (500ml). No quiosque a reportagem encontrou o casal Inaiane Vieira, 27 anos, e Clemilton Cruz, 37 anos.
Com o calor nas alturas, muitas pessoas nas ruas do centro comercial de Manaus voltaram a recorrer ao tradicional guarda-sol (Foto: Paulo Bindá)
O motorista e a analista de sistemas estavam fazendo compras sob um sol de 36°C e sensação térmica de 40°C e relataram que tiveram que trocar na última semana de ar-condicionado devido ao calor.
Com a troca do ar-condicionado o casal também sentiu o aumento na conta de luz, uma vez que utilizam o aparelho com frequência. Eles contam ainda que consideraram o valor do aparelho um pouco elevado. “Com certeza sentimos o aumento”, disse Inaiane. “A gente passa o dia no trabalho, mas quando chegamos em casa vamos direto para o ar. Ninguém liga mais a luz (risos), já pega o contro e liga direto o ar-condicionado. Já estamos no automático”, frisou Clemilton.
De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no período de agosto a setembro deste ano, Manaus teve quatro dias de intenso calor e alta sensação térmica, sendo: 6 de setembro (38°C), 2 de setembro (37,8°), 25 de agosto (37,7°) e dia 20 de agosto (37,4°). Ainda conforme o órgão nessas quatro datas as sensações térmicas ultrapassavam os 41°C. Essa exposição toda ao raios solares acende um outro alerta que merece atenção da população, a saúde da pele e as doenças que podem surgir devido ao forte calor.
Cuidar e proteger
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 220.490 mil brasileiros desenvolvam câncer de pele, do tipo não melanoma, no triênio 2023 – 2025. Esse total corresponde a um risco estimado de 96.44 casos novos a cada 100 mil habitantes homens e 107.21 a cada 100 mil mulheres. As regiões norte e nordeste apresentam risco estimado de 68.97 casos por 100 mil e 17.69 por 100 mil homens, respectivamente. No que concerne às mulheres o risco estimado é de 26.90 por 100 mil habitantes.
Especialista em demartofuncional, a fisioterapeuta Juliberta Macêdo, pontua que para além do câncer outras doenças podem surgir com a exposição excessiva ao sol. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Instagram)
Em estudo recente do Inca, no Brasil de 2020 ocorreram 2.653 mil óbitos de câncer de pele não melanoma. Desses, 1.534 mil em homens, que corresponderam ao risco de 1.48 morte por 100 mil homens, e 1.119 mil mortes entre as mulheres, um risco de 1.3 morte por 100 mil mulheres. Para o câncer de pele melanoma ainda em 2020 ocorreram 1.923 mil óbitos. Em homens, foram observados 1.120 mil mortes com um risco de 1.8 por 100 mil homens. Já nas mulheres, ocorreram 803 óbitos, com risco de 0.91 por 100 mil.
O Inca explica ainda que o principal fator de risco para todos os tipos de câncer de pele é a radiação ultravioleta, que induz a lesões no DNA. O dano produzido pelas radiações é cumulativo. Para o câncer de pele melanoma, merecem destaque ainda as radiações ultravioletas não naturais, como lâmpadas e camas solares. Os cuidados com a pele ainda são uma poderosa arma contra essa neoplasia, principalmente, nas últimas semanas em que Manaus tem registrados altas temperaturas.
Especialista em demartofuncional, a fisioterapeuta Juliberta Macêdo, pontua que para além do câncer outras doenças podem surgir com a exposição excessiva ao sol.
Macêdo também esclarece que o protetor solar é o melhor aliado para proteção da pele e que não precisa ser o mais caro, uma vez que essas recomendações não funcionam apenas por questão estética. Segundo ela todos os anos pessoas sofrem cirurgias mutilantes secundárias a câncer de pele no país, principalmente na região de cabeça e pescoço. Ela frisa ainda a importância de beber água constantemente para manter o corpo hidratado.
“É fundamental a utilização do protetor solar, e mais importante que utilizar protetor com Fator de Proteção Solar (FPS) alto é você usar a quantidade adequada. O melhor protetor solar não necessariamente é o mais caro, e sim aquele que você usa sem dó, na quantidade adequada e retoca a cada três horas. Além disso, vale lembrar que roupa também protege! Então usar chapéu, boné, casaco também ajuda”, finalizou.